Texto: Lucas 15.25-32
Introdução: O texto de Lucas 15.25-32, fala sobre o irmão do
filho pródigo. Ele aponta o terrível perigo de estar na casa do pai,
dentro da igreja, obedecendo leis, cumprindo deveres, sem se enveredar
pelos antros do pecado, e ainda assim, estar perdido. Podemos chegar a
essa conclusão pelas seguintes razões:
1. Vive dentro da igreja, mas não é livre
– “Mas ele respondeu a seu pai: Há tantos anos que te sirvo sem
jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer
para alegrar-me com os meus amigos” (v. 29) - Ele não vive como filho,
mas como escravo. Faz as coisas certas com a motivação errada. Sua
obediência não provém do coração, mas da obrigação. Ele nunca entendeu o
que é ser filho. Nunca conheceu o amor do Pai. Muitos, também, estão na
igreja por uma mera obrigação. Obedecem, mas não têm alegria. Estão na
casa do Pai, mas vivem como escravos.
2. Vive dentro da
igreja, mas está com o coração cheio de amargura – “Mas ele
respondeu a seu pai: Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir
uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me com os
meus amigos; vindo, porém, esse teu filho, que desperdiçou os teus bens
com meretrizes, tu mandaste matar para ele o novilho cevado” (v. 29,30)
- O filho mais velho irrita-se com a misericórdia do Pai. Ele não se
alegra com a restauração do seu irmão caído. Para ele quem erra não tem
chance de restauração nem deve ser objeto de perdão. Na religião dele
não havia agenda para o amor. Mas a Palavra de Deus diz que quem não ama
a seu irmão ainda permanece nas trevas. O ódio que ele sentia pelo irmão
não era menos grave que o pecado de dissolução que outro cometera fora
da igreja. O ressentimento que crepitava em seu coração o isolou do Pai
e do irmão. Ele se recusou a entrar em casa para celebrar a volta do
irmão arrependido, antes se encolheu magoado, revoltado, envenenado pela
mágoa destruidora.
3. Vive dentro da
igreja, na presença do Pai, mas anda como solitário – “Então,
lhe respondeu o pai: Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que é meu
é teu” (v. 31) - Ele anda sem alegria. Está na casa do Pai, mas não tem
comunhão com ele. Muitos também estão na igreja, mas não têm intimidade
com Deus, não desfrutam da alegria da salvação, não experimentam as
doces consolações do Espírito, vivem como órfãos, sozinhos, curtindo uma
solidão dolorosa.
4. Vive dentro da
igreja, mas não se sente dono do que é do Pai – “Então, lhe
respondeu o pai: Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que é meu é
teu” (v. 31) - Ele era rico, mas estava vivendo na miséria. Tinha toda a
riqueza do Pai à sua disposição, mas vivia como escravo. Era filho, mas
não banqueteava com os seus amigos. Assim, também, muitos vivem na
igreja sem experimentar os banquetes do céu, servindo a Deus por
obrigação, sem alegria no coração.
Conclusão: O mesmo Pai que saiu para
abraçar o filho pródigo arrependido sai para conciliar este filho
revoltado. O arrependido, com o coração quebrantado, festejou a sua
restauração; o outro ficou do lado de fora, perdido, com o coração
endurecido.