Texto: “O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o
vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e
irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5.23).
Introdução: Tentar conseguir favores e graças divinos pelo
esforço próprio é uma tendência humana antiga, apesar do ensino bíblico
de que isto é impossível. O que as pessoas têm tentado?
1. Erradicação.
a. Sabemos, à luz da Palavra de Deus (Rm 6.6-11; Gl 2.19, 20; Jo 12.32;
2 Co 5.14 e outros textos similares), que o nosso velho homem morreu com
Cristo.
b. Todavia, a nossa experiência como cristãos, ainda que haja aqueles
que não pensam assim, nos ensina, bem como a Palavra de Deus, que o
pecado nos assedia (Mt 26.41; 1 Jo 5.18; Rm 7.15-24). Estas e outras
passagens mostram a luta, o conflito que se trava na vida do crente.
Veja também 1 Jo 1.8. “Se a erradicação da natureza pecaminosa se
consumasse, não haveria a morte física, pois esta é o resultado dessa
natureza” (Lewis Sperry chafer; Rm 5.12-21). Os que houvessem
experimentado essa extirpação necessariamente gerariam filhos sem a
natureza pecaminosa.
c. Mesmo que fosse realidade essa extirpação, ainda haveria o conflito
com o mundo, a carne e o diabo, pois a extirpação desses males é
obviamente anti-bíblico e não está incluída na própria teoria;
d. Não é nosso propósito polemizar, muito menos incentivar alguém ao
pecado. Cremos na eficácia da morte de Jesus na cruz para nossa
justificação e santificação, o que nos leva a ficarmos com uma vida
santa, no entanto cremos que ainda estamos sendo santificados, o
processo ainda não terminou.
2. Legalismo.
a. Consiste na observância de regras e regulamentos. Isto nos lembra os
Gálatas, de quem Paulo diz que estavam rindo da graça (Gl 5.4). Paulo os
chamou de insensatos (3.1); ele chegou a afirmar que estavam passando da
graça de Cristo para outro evangelho (1.6).
b. Em Rm 6, Paulo esclarece que a lei não santifica. “Se o ser humano
quiser ser salvo do pecado, terá de ser por um poder à parte de si
mesmo. A pessoa que percebe não estar à altura do ideal divino, não pode
elevar-se em um esforço por alcançá-lo. Sobre ela deve operar uma força
à parte dela mesma; essa força é o poder do Espírito Santo”.
c. Infelizmente há muitos que ensinam que a santificação é o resultado
no nosso legalismo. Hoje há muitos que pregam regras humanas, hábitos e
costumes como meios para santificação. Assim eram os fariseus nos dias
de Jesus; que Deus nos livre desse espírito de religiosidade e
legalismo.
3. Ascetismo.
a. “É a tentativa de subjugar a carne e alcançar a santificação por meio
de privações e sofrimentos, é o método que seguem alguns católicos e
hindus”.
b. Isto parece estar baseado na antiga crença pagã de que toda a
matéria, incluindo o corpo, é má. O corpo, por conseguinte, é uma trava
ao espírito, e, quanto mais for castigado e subjugado, mais depressa se
libertará o espírito.
c. Isto é contrario ao ensino das Escrituras, que afirmam que Deus criou
tudo muito bom. O que deve ser subjugado são os impulsos pecaminosos da
alma, e não o corpo.
d. Ascetismos é uma tentativa de matar o “eu”, mas o “eu” não pode
vencer o “eu”. Essa é a obra do Espírito Santo.
e. Há dois termos aqui para serem lembrados: mutilar e mortificar. Não
queremos mutilar o corpo, mas mortificá-lo. O que fazer então com o
corpo? (Rm 6.19; 12.1; 1 Co 3.16). Nosso corpo pode e deve ser para a
glória de Deus. Tudo para ele (Sl 103.1)
Conclusão: A santificação acontece somente pela graça de Deus
operando eficazmente em nós, pelo poder do Espírito Santo, e por nos
colocarmos nas mãos de Cristo a cada dia.