Crianças
na Mesa do Senhor
A doutrina da comunhão
apenas de adultos é um erro
Romanista remanescente, que
se incorporou à Igreja
devido à adoção da doutrina
da transubstanciação pelo
Quarto Concílio de Latrão
(em 1215). A comunhão é para
os crentes e suas crianças.
Este é o fato evidenciado
pela relação da Páscoa com a
Ceia do Senhor, pela
natureza familiar dos pactos
e sacramentos bíblicos, pela
natureza de uma “ceia” e
pelo registro histórico.
Este assunto não é tratado
explicitamente na Escritura,
mas a evidência de que as
crianças dos crentes devem
ser incluídas na comunhão é
substancial.
A primeira comunhão ocorreu
na Páscoa, quando Jesus
serviu o pão e o vinho na
refeição Pascoal. Porque a
Ceia do Senhor se originou
na Páscoa – de fato, foi na
Páscoa, no tradicional
passar do pão e do vinho em
círculo, que Jesus falou
Suas palavras que tornaram
este passar num serviço
separado – é razoável
considerar a natureza da
Páscoa para tentar discernir
a natureza da Ceia. Isto é
consistente com o princípio
de 2 Timóteo 3:16-17, de que
devemos olhar para as
Escrituras do Antigo
Testamento para nos ajudar a
discernir doutrinas (2
Timóteo 3:16-17). Aqui, se o
assunto é se as crianças
devem ou não ser incluídas,
é lógico que 2 Timóteo
requer de nós que olhemos
para o culto Pascoal para
discernir a resposta.
A Páscoa era uma refeição da
qual as famílias judaicas
participavam, a despeito da
idade dos seus membros (a
refeição era para a
“família” - Êxodo 12:3) e
foi antecipado que as
crianças perguntariam qual
era significado daquele
culto Pascoal (Êxodo 12:26).
Além do mais, a Páscoa se
focalizava, em parte, sobre
as crianças, porque ela
celebrava como o Senhor em
Sua misericórdia livrou os
primogênitos, mesmo os
infantes (Êxodo 12:27-30).
Assim, muito da Páscoa
estava focalizado sobre as
crianças e requeria a
participação das mesmas. As
crianças não ficavam em
alguma outra sala, numa
“igreja para crianças”.
Portanto, se Jesus tivesse
intentado que a Ceia tomasse
um foco inteiramente novo
(fora do foco das famílias,
do primogênito
representativo e da
participação das crianças),
então, Ele deveria ter assim
dito. É um argumento à
partir do silêncio dizer que
Ele fez uma mudança, mas um
argumento textual dizer que
a Ceia do Senhor começou num
culto que envolvia crianças.
De fato, se as crianças
estivessem presentes na
primeira Ceia, teria sido
requerido
escrituristicamente que elas
participassem. Se o próprio
Jesus tivesse excluído as
crianças, então, Ele teria
quebrado a Lei! Porém,
porque nenhuma criança
estava presente até onde
sabemos, aqueles que são
contra a comunhão infantil
tomam a oportunidade para
sugerir que Deus fez uma
alteração radical na
natureza da refeição
Pascoal, para de agora em
diante excluir as crianças,
sem qualquer passagem da
Escritura para apoiar esta
afirmação.
Há dois argumentos,
aparentemente baseados na
Escritura, contra a comunhão
infantil (também conhecida
como pedo-comunhão).
Primeiro, há o argumento
que, visto que Jesus disse
para participar da Ceia em
memória dEle (1 Coríntios
11:24), somente aqueles que
O conhecem suficientemente
bem podem participar, o que
obviamente exclui as
crianças pequenas.
Ironicamente, este argumento
é facilmente desarmado ao se
notar que a Páscoa era um
culto feito em memória, mas,
ao invés de excluir as
crianças, ele as incluía e
até mesmo antecipava que as
crianças, não sabendo o
porquê estavam fazendo
aquelas coisas, pensariam em
perguntar (Êxodo 12:26). Se
é suposto que as crianças
devem ser excluídas quando
as coisas são feitas “em
memória”, então, as crianças
teriam sido excluídas da
Páscoa e das outras
cerimônias do Antigo
Testamento, mas elas não o
foram. “Em memória” não
parece significar apenas que
um crente lembrará o Deus
que ele conhece, mas que o
povo de Deus (que inclui as
crianças dos crentes), como
um todo, se lembrará dEle.
Similarmente, muitos
americanos celebram o 4 de
Julho com suas crianças,
enquanto tomam a
oportunidade para transmitir
a história do nascimento da
nossa nação.
Segundo, é sugerido que,
visto que devemos examinar a
nós mesmos antes da Ceia,
para que não comamos e
bebamos de uma maneira
indigna (1 Coríntios
11:27-29), devemos excluir
aqueles que não são crentes
comprovados (mesmo embora,
escrituristicamente, devemos
presumir que nossos filhos
são crentes, porque eles são
santificados pelos seus
pais) ou que são incapazes
de examinar a si mesmos
devido a uma falta de
capacidade cognitiva. Se
este argumento fosse
aplicado à Ceia
consistentemente, então os
retardados e até mesmo
aqueles do povo de Deus que
já alcançaram o estado da
senilidade, seriam
excluídos, visto que eles
não podem examinar a si
mesmos! Deus reconhece que
as crianças pequenas não são
completamente responsáveis
por suas ações. Mesmo que
fosse necessário haver um
exame para as crianças
pequenas, seus pais seriam
as melhores pessoas para
decidirem se os pequeninos
estão em rebelião, e não as
próprias crianças. Portanto,
esta limitação sobre a Ceia
não exclui as crianças. Mas
o melhor contra-argumento é
simplesmente este: o próprio
Antigo Pacto requeria que
aqueles que sacrificassem
deveriam assim fazer com um
coração correto, e fazer de
outra forma seria zombar de
Deus. É sob o Antigo Pacto
que somos primeiramente
informados que é melhor
obedecer do que sacrificar.
Os crentes do Antigo Pacto
deviam primeiro obedecer
para então sacrificar. Da
mesma forma, somos
admoestados que seus
sacrifícios seriam sem
sentido se eles não fossem
obedientes. A indignidade,
que alguém descobriria via o
auto-exame, era relevante
para a Páscoa e os outros
sacrifícios, todavia, as
crianças eram obrigadas a
participar. Por que uma
continuação deste princípio
no Novo Pacto faz com que,
repentinamente, as crianças
sejam excluídas? Não deveria
ser assim.
Olhando ainda mais para a
Escritura para resolver este
assunto, notamos que todos
os outros pactos ou
sacramentos de Deus foram
para os crentes e a sua
descendência. A noção de que
as crianças devem ser
excluídas de um sacramento
não tem precedente na
Escritura. Por exemplo, as
crianças dos Levitas podiam
comer a mesma carne dos
sacrifícios que os pais
deviam comer: a Páscoa já
mencionada acima. Todas as
referências às crianças no
contexto dos pactos dizem
que as crianças estavam
incluídas no pacto. As
crianças estavam
explicitamente incluídas nos
pactos. O outro sacramento
principal após a
ressurreição de Cristo é o
Batismo, que é claramente
para os infantes (se você
não aceita isto, consiga
alguns livros que defendam o
batismo infantil e aprenda
algo).
A Bíblia chama a Ceia do
Senhor apenas disto – uma
“ceia”. Ela usa o grego “
diepnon ”. Esta é uma
refeição noturna, não um
pedaço de pão de manhã de
Domingo (embora não esteja
dizendo que não podemos
tomar a comunhão nas manhãs
de Domingo). Qual família
exclui seus filhos da Ceia?
Pelo jeito, somente as
famílias modernas. Há outros
termos que poderiam ter sido
usados na Bíblia se a Ceia
do Senhor não fosse
realmente uma “ceia”. Mas
isto não foi feito porque a
Páscoa, quando a primeira
Ceia aconteceu, é uma ceia,
e não uma refeição especial
onde as crianças são
excluídas.
A evidência histórica mostra
que durante uma grande
parte, provavelmente a maior
parte, da história cristã, a
pedo-comunhão era a norma.
Ela ainda é a prática da
igreja Oriental. A igreja
primitiva a praticava
(embora nem todos concordem
que ela fosse comum nos
primeiros dois séculos –
embora não haja evidência
substancial para mostrar que
não). A Igreja Ocidental
praticou a pedo-comunhão
ordinariamente até por volta
do décimo terceiro século,
quando a falsa doutrina da
transubstanciação foi
completamente adotada e
usada como instrumento para
impedir a maioria dos
adultos, bem como os
infantes e crianças, de
receber a comunhão. Os
Reformadores,
desafortunadamente, adotaram
a noção Católica Romana
moderna de que os infantes
deveriam ser excluídos,
usando alguns dos argumentos
acima. Mas eles foram até
mais longe no erro, fazendo
a comunhão altamente
exclusiva, somente para uma
elite dentro da Cristandade,
aqueles que eram
suficientemente ensinados. O
mesmo aconteceu com o
batismo. Este não é o padrão
bíblico. O padrão bíblico é
a admissão ao batismo e à
comunhão tão logo alguém se
torne um crente verdadeiro.
Alguém é excluído da
comunhão somente em
circunstâncias
extraordinárias. Não
deveríamos aceitar uma
doutrina meramente porque um
concílio da igreja aceitou
uma falsa doutrina
(transubstanciação) e viver
com as conseqüências desde
então.
A idade não tem nada a ver
com os pactos ou
sacramentos, da mesma forma
que João o Batista pôde
saltar de alegria no
Espírito, mesmo quando ele
estava ainda no ventre de
sua mãe. Deus deseja que
nossas crianças participem
plenamente da vida cristã.
Deus irá nos ajudar se os
excluirmos? Beneficiar-se-ão
eles ao serem deixados de
lado, na “igreja” pra
crianças?
Dica do site: A
cada Ceia ministrem para as
crianças o ensino da Palavra
de Deus a respeito da
responsabilidade deste ato
de fé. Desde pequenos eles
devem aprender a confessar
seus pecados e a pedir que o
Senhor os ajude a não
cometê-los mais para não
perderem a salvação e
aprendem sobre a importância
de discernir o Corpo de
Cristo, ou seja a comunhão
entre os irmãos que são
parte do corpo de Cristo...
Rich
Bingham
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