A
Educação Sexual das crianças
As perguntas de uma criança
sobre sexo são apenas um
aspecto da sua necessidade
de aprender e de se situar
no mundo que a rodeia. Se
possível, os pais devem
responder a estas perguntas
com simplicidade e verdade,
à medida que vão surgindo,
tal como o fazem
relativamente a qualquer
outro assunto.
Há que evitar a tentação de
informar demais, pois
geralmente quando a criança
quer saber mais pergunta.
Também é desaconselhável
adiar a resposta a uma
pergunta, por embaraço, pois
essa atitude levará a
criança a pensar que o seu
interesse natural é, na
realidade, mera curiosidade
por um assunto tabu.
De fato educar é uma arte e
como tal tem que ser
aprendida à medida que se
vai educando. Mas todo o
educador deve preparar-se e
interessar-se pela arte de
bem educar e desde que se
queira aprender existem
muitos livros de orientação
nessa área. Porém, comunicar
sobre sexo com os filhos é
tão simples como delicado,
na medida em que nunca se
sabe como, quando e de que
forma surgem as questões e
por vezes os pais são
apanhados de surpresa e
desprevenidos. Daí a
necessidade de uma contínua
preparação para quando
chegar a hora o assunto
possa ser abordado o mais
natural possível. Ao educar
um filho os pais têm que se
conscientizar de que a
educação sexual faz parte da
aprendizagem da criança.
Um assunto outrora tabu mas,
que nos dias de hoje ainda
acarreta alguns
preconceitos. Contudo, como
educadores cristãos temos um
papel extremamente
importante a desempenhar, no
que diz respeito à formação,
informação e esclarecimento
de dúvidas e ou preconceitos
neste âmbito. Para tal é
necessário estarmos
devidamente atentos para as
realidades dos nossos dias e
corrermos para a educação de
e com valores.
Sem duvida, poucos são os
meninos e meninas que
recebem diretamente dos pais
os primeiros rudimentos de
educação sexual. Uma coisa é
certa, se não lhes for
ensinado em casa terão que
aprender, de qualquer forma,
até porque lhes são
apresentadas revistas,
filmes, anúncios que de
formas tão sutis os
incentivam à descoberta e
logo mais aprenderão,
infelizmente, da forma menos
correta.
No mundo evangélico,
infelizmente, existem
preconceitos nesta matéria
que necessitamos combater,
na medida em que as nossas
crianças, adolescentes e
jovens são iguais aos
demais, têm as mesmas
características e estão
sujeitos aos mesmos perigos.
Ainda que os pais queiram
ser severos, não podem
proibir os filhos, ainda que
dóceis, de até a caminho da
escola, lançarem uma
olhadela pelos jornais,
revistas ou mesmo para um
simples anuncio. Ainda que
pretendam isolar-se do
contágio do “mundo”,
fechando-se nos seus lares,
não podem de maneira alguma
exercer tal vigilância na
escola, nem censurar as
conversas dos recreios. Não
ignoremos a realidade mas
tomemos consciência dela.
Como educadores cristãos
devemos sensibilizar todos
os pais para a importância
da educação sexual pois ela
é essencial e urgente para
que as crianças,
adolescentes ou jovens não
destruam nem usufruam de
forma cruel, algo que é belo
e foi “criado” para ser
usufruído na sua essência.
Os problemas sexuais
desempenham, na vida das
crianças, um papel muito
importante, como tal a
educação não pode deixar
passar estes problemas em
silêncio. Contudo,
consciente ou
inconscientemente é deixado
ao instinto e ao acaso das
circunstâncias o encargo de
revelar ás nossas crianças
os mistérios da vida. Não
podemos descartar a
responsabilidade da educação
sexual para as escolas e
assim aliviar o papel
fundamental da família neste
assunto. Até porque devemos
estar atentos para o tipo de
ensino que é feito nas
escolas, pois o objetivo da
formação sexual é pura e
simplesmente no âmbito da
prevenção, tudo é lícito
desde que usem preservativo
ou outro método
contraceptivo, os valores
são deixados à margem.
Para uns a educação sexual é
maltratada, as experiências
sexuais são de certa forma
encorajadas, sem a mínima
decência; para outros a
educação sexual é de tal
forma “estúpida” e rude que
ordenam forçosamente uma
“pureza” que mais se
assemelha a uma verdadeira
castração. A educação não
deve ser exercida de uma
forma rígida, bruta ou
simplesmente por desencargo
de consciência mas deve ser
esclarecedora, tudo deve ser
claro e explícito para que a
criança compreenda. Não é
suficiente transmitir que
sexo antes do casamento é
pecado, é necessário
explicar e muito bem o
porquê.
Para tratarmos este assunto
de uma forma mais eficaz
convém conhecermos todas as
condições, preconceitos,
mentalidades dos educadores
contemporâneos, pois
ajudar-nos-à na preparação e
resolução deste tipo de
educação face aos tabus
ainda existentes.
A
necessidade da educação
sexual infantil
O problema da educação
sexual está diretamente
ligado à educação da
afetividade. É um erro
considerá-la um campo
particular, como se
sexualidade e sensibilidade
fossem distintas. Os
progressos das ciências
psicológicas têm demonstrado
a importância da afetividade
na vida sexual e da
sexualidade em toda a nossa
vida.
É igualmente um erro crer
que a sexualidade começa com
a puberdade. Antigamente
todo o vocábulo sexual era
proibido, “baixo” e
vergonhoso, impróprio para
empregar perante as
crianças. Eram usadas
expressões deste gênero:
“não é conversa de criança”,
“as crianças não se têm que
interessar por esses
assuntos...”, “verdades” que
se mostraram falsas e
perigosas, porque, de fato,
a sexualidade não surge
bruscamente, é preparada por
uma evolução e uma lenta
maturação.
É perigoso desprezar este
assunto, pois irá determinar
e orientar, pela vida fora,
a questão sexual e afetiva.
É necessário que todos os
pais se preocupem desde
cedo, com a educação sexual,
a qual tomará diferentes
formas consoante as idades e
os interesses.
A intervenção dos pais no
campo da educação sexual,
frequentemente, consiste em
defender, limitar, impedir,
ameaçar a criança ou o
adolescente sobre tudo o que
diz respeito à sexualidade.
Pelo contrário, deve-se
auxiliar a formação
progressiva da sexualidade e
permitir, sem forçar, a
maturação. Isto significa
que se deve manter a criança
em boas e sãs condições que
favoreçam o seu
desenvolvimento total.
As grandes dificuldades
apresentadas pelos que irão
educar esta no fato da maior
parte não ter recebido a
verdadeira educação sexual.
Compreende-se perfeitamente,
que seja impossível mostrar
a uma criança que o campo
sexual é natural e normal se
o próprio educador não
ultrapassar os preconceitos
existentes. Todos os pais
devem educar-se antes de
educarem os filhos.
O
comportamento sexual da
criança
Todo e qualquer educador
deve ajudar a vida
instintiva da criança e
adaptar-se às exigências da
vida social e moral, tendo
em conta os seus princípios
como cristão. Essa
socialização da criança deve
facilitar a maturação e o
equilíbrio das suas forças
em potência para que se
desenvolvam e ela venha a
ser um adulto são, normal,
como deve ser.
A sexualidade da criança,
para ser educada, não deve
ser esmagada, mas orientada,
dirigida, cultivada até ao
seu desabrochar.
A
curiosidade sexual da
criança
Será que se deve satisfazer
a curiosidade sexual de uma
criança?
Esta é uma questão colocada
por muitos pais. Parecendo
simples torna-se complicada
na medida em que tem sido
difícil dar-lhe resposta.
Psicólogos, psicopedagogos,
psiquiatras, psicanalistas
têm feito grandes esforços
para mostrarem o quanto a
resposta a esta questão é
necessária para a formação
sexual e também o quanto a
ausência de resposta pode
ser perigosa e perturbadora.
Vejamos o que poderá
acontecer a uma criança
quando se recusa a resposta:
·
CULPABILIDADE - A
criança pensa: “É feio...”
experimenta um sentimento de
culpabilidade, ou seja,
abstém-se de qualquer
curiosidade nesse campo,
assim como,
inconscientemente, poderá
acontecer noutro campo do
saber. Infelizmente, são
descobertos frequentemente
bloqueios intelectuais no
campo da curiosidade sexual,
em consequência da recusa
dos pais em responder a
perguntas sobre sexo.
Por lhe terem feito sentir
“vergonha” a propósito
dessas perguntas, a criança
pode igualmente reagir com
um comportamento de recusa
sexual, ou seja recusa da
realidade do sexo, tal como
aconteceu a um menino de
doze anos que assistiu ao
banho de uma priminha sem
ter visto realmente a
diferença do sexo.
·
DESCONFIANÇA PERANTE OS
PAIS - A criança
também pode pensar: “não se
pode falar disso aos
pais...” e assim sente
vontade de ir buscar
resposta a outro lado.
Obviamente que trará os seus
perigos, mas o que lhe
interessa é satisfazer a
curiosidade.
A falsidade é facilmente
descoberta pelas crianças,
como tal os pais não pensem
em responder coisas falsas,
pois facilmente as crianças
perderão a confiança ao
verificarem que “com as
coisas sérias os pais não
foram sérios”.
As crianças procurarão as
respostas necessárias nos
colegas ou noutros adultos
ou então optam por,
sozinhas, arquitetar teorias
pessoais para explicarem de
maneira satisfatória,
frequentemente assustadora,
os mistérios da reprodução,
do nascimento... Como tal é
importante dar-lhes
respostas.
Como e quando responder?
Perante tudo o que foi dito
coloca-se a questão: Mas
como e quando se deve
responder à curiosidade
sexual das crianças?
Pois bem, é necessário
responder às perguntas
quando a criança as faz e
consoante o que pergunta
precisamente. Não se deve ir
além da curiosidade da
criança, devemo-nos
preocupar em dizer apenas a
verdade. Não existe tempo
nem data precisa para
responder, deve-se deixar a
criança livre para fazer
perguntas e responder-lhe
quando as faz e nos limites
em que as faz. A maneira
mais segura de dar a uma
criança explicações sexuais
é deixar que ela própria
conduza a sua curiosidade.
Ou seja, o mais importante é
que os pais compreendam os
filhos, saibam aquilo de que
ele necessita e
proporcionarem-lho no
momento necessário. De fato
não existe idade fixada
antecipadamente para abordar
este assunto, tudo depende
da evolução sentimental da
criança e das circunstâncias
exteriores, do meio em que
vive.
Existe outro fator
embaraçador para os pais,
que se prende com a forma de
responder às questões
colocadas pela criança. Ou
seja o tipo de vocábulos, de
expressões a empregar, isto
porque ainda existe algum
constrangimento
relativamente a este
assunto. Neste caso, também
deve deixar-se a criança
dirigir livremente a sua
curiosidade. É interessante
podermos constatar que a
ordem das perguntas é quase
sempre a mesma, vejamos:
· A pergunta sobre a
diferença entre meninos e
meninas é pouco frequente e
geralmente é resolvida sem a
intervenção dos pais. Isto
sucede deste modo
particularmente nas famílias
numerosas em que se
encontram representados os
dois sexos: a casa de banho
em comum, o vestir em comum
resolvem a questão sem
chegarem a fazer perguntas.
O que se torna mais difícil
nas famílias representadas
por um só sexo.
· De onde vêm os bebês? Esta
é, sem dúvida, a primeira
pergunta a ser feita, “as
origens da vida”. A resposta
a esta questão deve ser
feita de acordo com a
realidade, a verdade. Se lhe
for dito gentilmente que “os
bebês vêm do coração das
mães”, a criança que sabe o
que é um coração vai
imaginar, com horror, a
saída do bebê do “coração da
mãe”. Qualquer criança fica
desiludida quando não lhe é
dada resposta. Responder
muito simplesmente
dizendo-lhe o que deseja
saber: os pais podem
fabricar, criar um menino.
Muitas crianças ouvem das
avós que os bebês nascem nas
couves, nas flores, são
trazidas por cegonhas,
nascem de uma sementinha...
Será conveniente desfazer
gentilmente todas essas
lendas. 12 A explicação: “um
pai e uma mãe, juntos, podem
fazer um menino...” será uma
das primeiras a ser dada e
ocasionará outras. Ao
responder de forma simples e
tranqüila ficaremos
admirados com a simplicidade
e ausência de
constrangimento com que a
criança aceita o que lhe foi
dito.
· Como nascem os bebês? É
por ordem lógica a Segunda
pergunta feita pelas
crianças. Neste caso, também
não se deve criar mistérios
na cabeça das crianças, se
lhe for dito que as coisas
acontecem numa clínica em
que o doutor faz uma
operação... solta a
imaginação da criança que
automaticamente imagina a
barriga aberta, sangue e que
mete muito medo. É bom
dizer-lhes que passam por um
caminho especial e é por
isso que as raparigas não
são iguais aos rapazes.
· Como se formam os bebês?
Os pais não devem fazer
cerimônia para falarem
naturalmente destas coisas.
Devem mostrar à criança a
origem e processo das
coisas. Se lhe disserem:
“chiu, não se fala dessas
coisas”, apenas transmitem a
vontade que têm de não lhe
responder.
· Papel do pai e da mãe. A
criança deve saber que para
dar vida é necessário um pai
e uma mãe; é necessário
mostrar que o pai também tem
um papel importante na
criação da vida.
· O amor. É de importância
primordial explicar que a
aproximação do homem e da
mulher, ato criador, é um
impulso de amor, carinho e
ternura e ao mesmo tempo um
prazer de que participam o
corpo, a alma e o espírito,
deve mostrar-se à criança
que tudo é fruto de uma
união total.
· A verdade e a verdade
científica. Toda a
explicação e como já
mencionei deve ser
verdadeira. Pois, sendo o
adulto tão sensível ás
mentiras infantis, deve
esforçar-se por lhe dizer
frequentemente a verdade. Os
pais deve, porém, evitar dar
explicações demasiado
elevadas que a criança não
compreenda. Explicações
pormenorizadas ser-lhe-ão
dadas á medida que se vai
desenvolvendo.
Tudo o que deve ser dito às
crianças tem que ser simples
e exato. Relativamente à
gravidez e nascimento, deve
dizer-se primeiro que a
criança se forma na barriga
da mãe. Explicando que todas
as mulheres têm um
lugarzinho, uma bolsinha,
feita para conter um bebê;
que este é, no inicio, como
um ovo sem casca e ainda
muito mais pequeno; que
cresce a pouco e pouco e que
ao mesmo tempo a barriga vai
crescendo. É nessa bolsa que
o bebê se forma, cresce, é
alimentado pela mãe e está
muito quentinho. Até que
chega, finalmente, um dia em
que o bebê já está
suficientemente forte e quer
viver fora da barriga da
mãe. Então nasce e logo
respira, chora e sabe mamar.
Por outro lado, é importante
realçar o papel do pai, que
deve ser indicado com
simplicidade: a mãe não
pode, sozinha, “fabricar” um
bebê, ela apenas tem uma
parte da semente, então
precisa da outra parte que é
o pai que pode dar. É
através da união do pai e da
mãe e de muito amor que as
duas meias sementes se unem
e formam o pequeno ovo na
barriga da mãe. Desta forma
carinhosa, a criança sentirá
que a concepção deve ser o
resultado de um grande amor.
Quando a criança atinge os
onze, doze ou treze anos de
idade, nomeadamente se for
menina, deve ser posta ao
corrente dos fenômenos da
formação. Dizer-lhe que não
se inquiete ao ver os seus
seios crescerem, pois é o
primeiro indício de que se
está a tornar mulher, que
não se aflija ao ver
aparecerem pêlos nos sovacos
ou na região púbica.
Explicar-lhe o que é a
menstruação.
Quanto aos meninos, eles
“formam-se” um pouco mais
tarde que as meninas. Mas
devem ser prevenidos para o
aparecimento de pêlos
axilares e da região púbica.
Mostrar-lhe ao mesmo tempo
como cresceu, como se
desenvolveu, a mudança que
pode ocorrer na voz, as
alterações a que está
sujeito para se tornar um
homem.
Todos os pais devem
empenhar-se na educação
sexual dos filhos e não
deixar essa responsabilidade
ao seu próprio cuidado, ou
ao cuidado da escola.
Quem deve falar à criança: o
pai ou a mãe?
Normalmente os pais
encarregam as mães para tudo
quanto são explicações.
Porém a criança tem um pai e
uma mãe, ambos têm um papel
fundamental na educação dos
filhos. Mas, quando a
criança é muito pequena, a
mãe, que mais se ocupa dela,
é quem mais frequentemente
observa o seu comportamento
e presta atenção às suas
perguntas. Quando surge o
momento de ensinar o que
deve saber sobre sexo e aqui
quero salientar a
importância e o
acompanhamento da Palavra de
Deus para todas as
explicações, é frequente os
rapazes procurarem o pai e
as meninas a mãe, mas poderá
não suceder deste modo,
poderão tanto rapaz como
rapariga procurarem a mãe
para a formação sexual.
Neste sentido penso que o
ambiente familiar é
extremamente importante e é
um fator de grande peso para
a abordagem deste assunto.
Pois, frequentemente a
criança faz perguntas,
diante dos pais reunidos e
um ou outro poderá e deverá
responder-lhe e a ausência
de constrangimento porá a
criança à vontade.
Tanto a mãe como o pai devem
saber responder com toda a
integridade às necessidades
que a criança tem de saber
quem é, de onde veio, como
veio. É extremamente
importante que a criança
seja instruída pelos pais
antes de ter conhecimento
através dos colegas ou das
revistas. Como educadores
cristãos não devemos aliviar
a consciência pelo fato das
crianças terem educação
sexual na escola, a primeira
de muitas aulas de educação
sexual é da responsabilidade
dos pais.
Crianças que não fazem
perguntas sobre sexo
A ausência de questões sobre
sexo não conclui que a
criança não tenha
preocupações sexuais, ou que
essas coisas “não lhe
interessam”, ou que é uma
criança extremamente pura
que não pensa nessas coisas.
O mais certo é ela não ousar
perguntar, muitas vezes por
receio, por constrangimento.
Nesses casos devem ser os
pais os primeiros a falar.
Perguntar-lhe se quer que
lhe expliquem alguma coisa,
naturalmente a criança
hesita, mas devem animá-la e
colocarem-na à vontade. A
pergunta surgirá por si,
imediatamente, ou alguns
dias ou semanas mais tarde.
Quando lhe falarem devem
fazê-lo naturalmente, sem
vergonha, pois é necessário
que a criança sinta que
criar a vida deve ser
resultado de um grande amor.
Conclusão
A sexualidade existe desde o
nascimento e prolonga-se até
ao fim da vida do ser
humano. Contudo, apesar de
toda a importância que tem
ao longo da vida, é um tema
que ainda suscita alguns
tabus.
Poucas são as vezes que os
adultos, sejam pais ou
outros educadores, conversam
com as crianças sobre
sexualidade. Existe um
grande numero de pais que
estão perfeitamente
conscientes da importância
da educação sexual como
parte integrante de uma boa
educação. Porém, sentem-se
com dificuldades e inseguros
para abordar este assunto.
Para muitos o fato de não
terem tido este modelo na
sua infância, fá-los sentir
esta função parental como
nova e por isso muito
difícil de enfrentar. A
opção tomada por muitos pais
é o silêncio, que é uma
outra forma de abordar o
tema.
Os pais têm um papel
extremamente importante e
fundamental na educação dos
filhos e não devem abdicar
de um assunto tão sério como
este. Muitos dos problemas
relacionados com a vivência
da sexualidade são
originados pela falta de
informação. Apesar de
existirem muitas fontes de
informação relativamente a
este assunto, o papel dos
pais é distinto dada a
tonalidade emocional e
afetiva que a acompanha.
De fato, este assunto ainda
acarreta alguns preconceitos
e muita falta de
conhecimento, o que
distancia os pais dos filhos
ou os filhos dos pais. Porém
como educadores cristãos
cabe-nos estabelecer a ponte
entre pais e filhos para que
a educação das nossas
crianças seja de boa
qualidade.
Temos que despertar para as
realidades que nos rodeiam e
com alternativas lutar por
uma educação completa e
eficaz.
Assim, como educadores
cristãos temos um papel
fundamental na construção de
alicerces para a formação de
famílias felizes.
Cinco dicas rápidas
para responder
perguntas sobre sexo sem
confundir seu filho pequeno.
●
Nada de puxar assunto
- O primeiro passo é
saber que essa conversa não
deve ser proativa durante a
infância. Responda apenas o
que for questionado, na
medida em que a curiosidade
aparece, e de uma forma
satisfatória para o seu
filho.
●
Vale investigar -
É importante entender o que
a criança sabe sobre sexo
para que as informações
sejam passadas de maneira
clara e de acordo com os
valores da família. Pergunte
o que ele sabe sobre o
assunto, onde aprendeu. Agir
de forma natural ajuda a
criar uma relação de
confiança e garante
segurança para o filho.
●
Camisinha, DSTs e
gravidez - Se o seu
filho perguntar sobre o uso
de preservativos, explique
que ele protege contra
doenças sexualmente
transmissíveis e gravidez. É
importante que a criança
saiba que a gravidez surge
de uma relação íntima sem
proteção e que pode ser
evitada. Mas nem pense em
aproveitar o momento para
sermões, isso pode
confundi-lo, apenas feche o
assunto com um conceito
moral.
●
Não se incomode -
Muitas vezes esse é um
assunto muito mais delicado
para os adultos do que para
as crianças. Se o seu filho
fizer a mesma pergunta
várias vezes, não demonstre
irritação. Repita a
explicação quantas vezes
forem necessárias. Se a
criança pergunta duas vezes
a mesma coisa é porque ainda
está com dúvidas.
●
Ufa, passou. Mas até
quando? - Não é porque a
criança falou sobre sexo que
está pensando em praticá-lo.
Não há motivos para se
preocupar. A infância é uma
fase de descobertas e contos
da carochinha como cegonhas
e sementinhas não preparam o
seu filho para a vida. A
verdade é sempre o melhor
caminho. |