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NÚCLEO DE APOIO CRISTÃO

 

E.B.D.

Levítico - parte 03

 
 

Deus institucionaliza um calendário litúrgico

Texto bíblico: Lv 21-27

Texto básico: Lv 21.1-24; 23.1-44; 25.1-34

Texto áureo: “Seis dias se fará trabalho, mas o sétimo dia é o sábado do descanso solene, uma santa convocação; nenhum trabalho fareis; é sábado do SENHOR em todas as vossas habitações”. (Lv 23.3)

Os capítulos aos quais nos dedicaremos nesta lição retornam a questão da santidade do sacerdote, do culto, santidade da linguagem ou da conversação. Apontam ainda para a necessidade da boa administração do solo (ano sabático), a assistência aos necessitados e a responsabilidade com o cumprimento dos votos. Archer (Jr) aponta para o caráter profético do capítulo 26, onde aparece um prenúncio da apostasia que Israel iria experimentar e suas trágicas conseqüências (v.14-39), e um aceno de como a misericórdia do Senhor se manifestaria quando o povo se voltasse para Deus confessando os seus pecados (v.40-46).

PADRÕES ELEVADOS PARA OS LÍDERES DA ADORAÇÃO

(Lv 21.1-24)

Shedd, em seu livro Adoração bíblica, cita a experiência do Dr. Samuel Kamaleson, renomado conferencista indiano que, antes de iniciar suas conferências, tira os sapatos dos pés. O gesto, que causa estranheza em muitos, para o conferencista é apenas uma maneira de expressar reverência para com Deus.¹ Do sacerdote dos hebreus se exigia um padrão de santidade muito elevado. O sacerdote estava proibido de tocar um morto (v.1,4), a menos que o cadáver fosse de um familiar íntimo (pai, mãe ou irmão). Por essa razão, o sacerdote da parábola do Bom Samaritano não acudiu ao ferido (Lc 10.31). A morte era como marca do pecado (Gn 2.17; Rm 6.23); logo, tocar um morto seria um ato impróprio para um líder do povo de Deus. Nem sequer podiam assumir publicamente qualquer sinal de luto por seus mortos(v,5).
O sacerdote não estava obrigado ao celibato; contudo, deveria tomar por esposa uma mulher especial. Não deveria casar-se com mulher divorciada, nem que houvesse sofrido abuso sexual (v.7), nem mesmo com uma viúva (v.14). Somente se casaria com uma moça virgem (v.13). As sua filhas, caso se entregasse à licenciosidade, seriam queimadas (v.9), por haverem desonrado ao pai como sacerdote. Esses mesmos padrões de pureza e santidade fora preservados como qualificação para os pastores e líderes das igrejas neotestamentárias (1Tm 3.1-1; Tt 1.5-9).

FESTAS FIXAS: AGENDA PARA OS ADORADORES

(Lv 23.1-44;25.1-34)

Três dessas festas estão indicadas inicialmente em Êxodo 34.18-28: Páscoa, Festa das semanas (primícias) e a Festa das colheitas. Agora, outras festas são acrescentadas a estas: Trombetas, Expiação, Tabernáculos. Essas festas estavam, a princípio, relacionadas a eventos agrícolas (plantio, colheitas etc.), e revestidas, ao mesmo tempo, de um senso religioso. Mais tarde, o caráter religioso prevaleceu sobre a agrícola.² Tais festividades celebravam, sobretudo, os feitos de Jeová em favor de seu povo escolhido. Deve-se a esse aspecto o fato de que também fossem consideradas “santas convocações” (v.4,21,24,27,35,37). Além disso, era considerado festa também o Sábado (v.3), formando o conjunto de sete grandes festas.
Algumas dessas festas tiveram seus significados adaptados à ambiência do cristianismo e são, de alguma forma, ainda observadas. O Sábado, dia de descanso após seis dias de trabalho, por haver sido instituído por Deus no contexto da criação (Gn 1.31-2.3), portanto, muito anterior à lei (Ex 20.8-11), tem sido observado por quase toda a humanidade, embora em diferentes dias e calendário de acordo com a realidade social de cada cultura. De modo geral, entre os cristãos, tem-se observado como dia de descanso o domingo, porque nele o Senhor Ressuscitou e os discípulos começaram a se reunir para celebrar a ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo e, juntos, “partir o pão” (At 20.7-12; 1Co 16.2; Ap 1.10). Mantém-se o objetivo inicial do repouso necessário para reposição de forças do trabalhador, com a respectiva consagração desse dia de repouso para adoração a Deus.
A festa da Páscoa, preservada também no meio cristão, para da celebração da libertação do cativeiro egípcio (Ex 12.14,17,24-28; 23.15) à celebração do sacrifício de Cristo para nos redimir da escravidão do pecado (Mt 26.26-30; 1Co 5.7b,8; 11.23-26). Se bem não devamos associar à páscoa a simbologia que as tradições religiosas têm agregado a ela (coelhos, ovos etc.), devemos celebrá-la com verdadeira alegria e canções de reverente louvor a Deus. A nossa páscoa foi sacrificada, mas triunfou sobre a morte, ressuscitando ao terceiro dia, e agora vive e reina para sempre. Aleluia! Mil vezes aleluia!
Seguindo-se a esta, vinha a festa dos Pães asmos (pão sem fermento), que começava no primeiro dia após a páscoa e durava sete dias. Nessa festa, eram apresentadas as primícias da colheita da cevada. Cole indica que nos tempos do Novo testamento essa festa recordava a libertação do Egito.³
O Pentecostes (no grego: Pentékostes) acontecia cinqüenta (no grego: pentékonta) dias após a celebração da páscoa, com sacrifícios de expiação de pecados e sacrifícios de gratidão pela colheita, agora do trigo. Conforme relato do livro de Atos (2.1-13), no primeiro século de nossa era, uma multidão de judeus e prosélitos, vindos de diversas regiões, se reunia em Jerusalém para essa festa. Foi no pentecostes imediato à ressurreição de Cristo que se deu o derramamento do Espírito Santo sobre a igreja (At 2.1-13), em cumprimento à promessa feita a Israel, pelo profeta Joel (Jl 2.28), e feita por Jesus aos discípulos (Lc 24.49; Jô 14.16-23; 16.13-14; At. 1.8).
A festa das Trombetas marcava o início do sétimo mês, e com ela se iniciavam os preparativos para a celebração do Dia da expiação. Um detalhe que podemos destacar é que o primeiro dia desse mês seria sábado (descanso – sabaton, em hebraico) solene (23.24). Isso permite pensar que a palavra sábado não designasse um dia específico do calendário, mas qualquer dia que fosse designado para “a santa convocação”. Seguia a esta festa o Dia da expiação, no qual se celebrava sacrifício por todo o povo, rememorando também o resgate ou perdão que Deus concedia a seu povo por meio dos sacrifícios e do bode expiatório que simbolizava o pecado sendo levado para longe de Israel (Lv 16.10; Is 1.18; 43.25; Sl 103.12). Ao final dessa festa dos Tabernáculos, cuja duração era de sete dias, durante os quais “nenhuma obra servil fareis” (23.35,36). Esta era a última das três grandes festas anuais obrigatória para todo judeu, durante a qual deixavam suas casas e construíam para si cabanas ou tendas com galhos e folhas, marcava essa festa o fim do período das colheitas e, por isso, às vezes era conhecida como Festas das colheitas (Ex 23.16; 34.22).

APLICAÇÃO PARA A VIDA

1. Quer fosse nos tempos de peregrinação pelos desertos, rumo à terra prometida, quer nos alvores da história da igreja cristã, ou entre nós, os servos de Deus no terceiro milênio depois de Cristo, o padrão requerido de um líder dos adoradores de Jeová, o Santo de Israel, pode ser resumido em uma palavra: integridade. Chamamos a atenção de quantos ministram na liderança do povo de Deus para o fato de que “nós, e aqueles que lideramos, somos a igreja, a Noiva que está ao lado de Cristo. Ele deseja ‘apresentá-la a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível’ (Ef 5.27). O padrão jamais será rebaixado para o ministério”. E isso tem a ver não somente com pastores, diáconos, professores da EBD, mas também, como todo aquele que ama ao Senhor e deseja apresentar-se diante dele como adorador que lhe agrade.
 

2. A propósito das festas e seus respectivos sacrifícios, é pertinente observar que parte do que era oferecido perante o altar do Senhor era dedicada ao sustento do sacerdócio. O sacerdote não precisava “fazer tendas” ou, na linguagem de nosso tempo, “fazer um bico” que, muitas vezes, se torna ocupação principal – porque o sustento do sacerdócio era integralmente a expensas da congregação de Israel. Um comentarista, encarregado por uma igreja que estava em processo de sucessão ministerial, nos seguintes termos: queremos um pastor que tenha sustento próprio, casa própria e, no máximo, dois filhos. Aquela igreja não estava disposta a sustentar o seu “sacerdócio”. Lamentavelmente, essa é a visão de algumas de nossas congregações.

 
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