"O amor ao dinheiro é a raiz
de todos os males", diz a
Palavra. Entretanto o mundo
moderno não pode prescindir
do uso do dinheiro, quer do
papel moeda ou do dinheiro
eletrônico, ou de plástico,
através dos cartões de
crédito ou o digital, pela
transferência eletrônica de
fundos, de uma a outra
conta, entre cidades ou até
entre países.
O certo é que as Sagradas
Escrituras têm razão quando
afirma que o mal desta nossa
sociedade está no dinheiro,
principalmente quando o
homem se esquece de Deus e
coloca toda a sua energia e
vida para conquistar coisas,
bens e riquezas, ignorando o
Criador e os seus
semelhantes.
Um servo de Deus, conhecedor
das Escrituras, vê o
dinheiro apenas como um meio
de subsistência própria e
uma forma de contribuir com
a obra de Deus, no auxílio
aos menos favorecidos, nunca
como um fim em si mesmo.
Questões como estas merecem
ser destacadas neste início
da nossa reflexão, porque o
propósito desta matéria não
é ensinar ao jovem casal
como se tornarem ricos da
noite para o dia, mas dar
umas dicas de como ter uma
vida econômico-financeira
com maior tranquilidade, sem
atropelos e sem estresses,
podendo viver com conforto e
ser uma benção para a obra
de Deus.
Planejando a vida financeira
no início
É antes do casamento que
deve começar o planejamento
financeiro dos noivos, bem
antes do casamento, com uma
lista sobre os recursos que
poderão dispor na vida em
comum. Parto do pressuposto
que ambos trabalham e,
portanto, recebem salários.
Hoje, é comum a mulher
trabalhar fora exercendo uma
profissão remunerada. O
casal deve acertar desde
cedo a união das receitas
(salários e quaisquer outras
formas de remuneração),
afinal se trata de uma vida
em comum em todos os
aspectos.
Quando a razão da discussão
inicial é sobre "o meu
salário é para mim", as
coisas tende a começar muito
mal. Uma vida em comum é em
todos os aspectos, inclusive
no financeiro. Planejar
significa em que vamos
gastar, na compra do quê, o
quê é mais importante
adquirir nos primeiros
tempos de casados que fará
falta se o casal for privado
dele.
Significa também montar uma
planilha dos gastos mensais
da família, considerando
aquilo que chamamos de
custos fixos ("o Dízimo do
Senhor"; o aluguel da casa
ou a prestação do
financiamento; despesas com
transporte e se o casal
possuir um carro as despesas
com combustível - que pode
planejado e controlado o
consumo semanal e fixado um
limite de gastos; as
prestações de alguns bens
necessários na montagem da
nova casa); a mensalidade da
faculdade - se ambos estudam
então é motivo de um bom
planejamento financeiro; e
custos variáveis, aqueles
que podem crescer ou
diminuir em função do
controle que se faz deles,
como: energia elétrica
(existe uma média que deve
ser policiada para não
extrapolar o orçamento do
casal), o consumo de gás,
telefone (o maior vilão
desses dias de modernidade -
usa-se o telefone
demasiadamente, por qualquer
motivo que pode até ser
adiado para se falar
face-a-face - o celular
então, pela facilidade de
uso exagera-se), água,
alimentação, vestuário e
despesas diversas. São
nessas despesas que some o
dinheiro do casal, ficam
apertados no início e
depois, desesperados.
Programando os investimentos
e aplicações
É antes do casamento que se
devem criar os programas de
aquisições no longo prazo -
se precisam comprar uma casa
ou melhorar aquela em
começam morando, precisam
formar um fundo de reserva,
uma poupança ou aplicar
regularmente em renda fixa,
para capitalizar e juntar
uma quantia suficiente para
adquirir o que desejam.
Se o casal logo deseja um
bebê, precisa saber que
filho novinho dá muita
despesa, principalmente
aquelas com a saúde dele,
são emergências que precisam
ser prontamente atendidas,
portanto precisa existir uma
pequena reserva para
eventualidades.
Aquisições de curto prazo
que pode ser a aquisição
daqueles bens necessários na
casa, mas que não foram
comprados antes do
casamento, como uma máquina
de lavar roupas -
indispensável quando ambos
trabalham fora, um
computador se o casal está
estudando, e outros bens que
devem ser avaliados em
conjunto sobre a sua real
utilidade.
Fazer uma poupança
(uma reserva para
eventualidades)
Bem, nos meus 35 anos de
casamento com minha esposa
Dorcas (diga-se de passagem,
uma grande benção de Deus na
minha vida) aprendi que
devemos fazer uma reserva,
por menor que seja, para
aquelas eventualidades que
surgem de repente, um
vazamento hidráulico, um
eletrodoméstico que pifa, um
período sem emprego, doença
e outras coisas, sempre
pegam a gente desprevenido.
Não é pecado algum fazermos
uma pequena poupança, é
prudência e cautela, cuidado
que o casal deve ter, para
uma vida em tranquilidade.
Uma desculpa comum é a de
que o salário não dá para
nada, muito menos para
poupar, mas se criarmos o
propósito de guardarmos um
pouco dos recursos com
regularidade conseguiremos
fazer uma pequena poupança
que pode socorrer o casal em
momentos futuros ou ajudar a
outros mais necessitados. Se
o casal não tiver nenhuma
necessidade emergencial,
melhor para eles, poderá
aplicar em outras coisas
para melhorar a vida do
casal e ainda ofertar para a
obra do Senhor.
Cuidado para não comprar
coisas de mais e
desnecessárias
Casais jovens tendem a
querer comprar mais do que
realmente necessitam,
tentando acompanhar seus
pais ou amigos que já
constituíram suas famílias
há muito mais tempo, logo
possuem muito mais bens e
conforto do que a família
que inicia agora. São também
influenciados pela
propaganda das empresas e
pela facilidade das linhas
de crédito, do cheque
especial facilmente cedido
pelos bancos, mas de juros
exorbitantes, pelos cartões
de crédito, que na verdade
são cartões de dívidas, pelo
glamour dos shopping centers
que fantasiam os pontos de
vendas estimulando as
compras impensadas e
desnecessárias. Da tentação
de ter as coisas iguais aos
outros, sem saber como eles
compraram e como vão pagar.
Os gastos com coisas da
moda, como calçados e
roupas, eletroeletrônicos e
algumas outras bugigangas,
que aparecem e desaparecem
rapidamente. São produtos
que são mostrados nas
novelas ou filmes que
rapidamente "os espertos"
transformam em modismos e,
nós crentes, também somos
iludidos a entrarmos no
consumismo desenfreado.
Devemos buscar a sabedoria
que vem de Deus para
aprender a viver com
sobriedade, o que não quer
dizer penúria ou desleixo,
mas cautela nas despesas do
casal. Viver se endividando
apenas para estar na onda é
no mínimo aquilo que é
exaustivamente citado no
livro de Eclesiastes:
"vaidades, só vaidades".
Uma dica importante: de vez
em quanto façam uma
arrumação nas gavetas e
armários e verão quantas
coisas desnecessárias vocês
arrumaram, encheram a casa
de coisas, e problemas,
alguns junto aos bancos e
demais credores.
Dívidas quebram a harmonia
do casal
Muitos casais
acabam com o seu casamento,
perdem a paz e harmonia,
quando as dívidas superam a
capacidade do casal em
pagá-las. é o momento em que
precisamos encontrar o
responsável pelos nossos
erros, pelo nosso estado de
coisas. Parece que se
encontrarmos algum
bode-expiatório resolveremos
os problemas, mas não.
Aliás, é assim desde o éden
(lá no Jardim, quando
confrontados com a
desobediência, Adão culpou a
Deus e Eva pela sua
desobediência, Eva culpou a
serpente, nenhum dos dois
assumiu sua responsabilidade
individual - está lá no
livro de Gênesis).
Arrependimento não paga
dívida, portanto, pensem
primeiro antes de cair
nelas.
Lembre-se: seus sonhos,
desejos e fantasias são
ilimitados, mas seus
recursos financeiros para
obtê-los não, eles são
fixos, contados um a um,
levam um ano para se ter
aumento de salário, e se
você tivesse aumento todos
os dias, mas não tivesse
sabedoria para usá-lo
estariam da mesma forma
endividados.
A Palavra de Deus diz que
"quem quer sabedoria, peça a
Deus, que a todos dá
liberalmente", logo uma dica
importante: quando forem
fazer qualquer despesa além
daquilo que foi previamente
planejado, peçam sabedoria e
discernimento a Deus para
realizarem o negócio, em
oração, pedindo que Ele
confirme o que é melhor para
o casal.
No mais, um pouquinho de bom
senso e juízo dará ao casal
a possibilidade de ter uma
vida financeira saudável e
com conforto. Mas
lembrem-se: sejam fiéis a
Deus em tudo e Ele os
abençoará. |