Lascívia:
propensão para a luxúria;
sensualidade exagerada;
excitação
Estratégias para Lutar
Contra a Lascívia
Estou pensando em homens e
mulheres. Para os homens,
isto é óbvio. A necessidade
de lutar contra o
bombardeamento de tentações
visuais para nos fixarmos em
imagens sexuais é urgente.
Para as mulheres, isto é
menos óbvio, porém tal
necessidade se torna maior,
se ampliamos o escopo da
tentação de alimentar
imagens ou fantasias de
relacionamentos. Quando uso
a palavra “lascívia”, estou
me referindo principalmente
à esfera dos pensamentos,
imaginações e desejos que
visualizam as coisas
proibidas por Deus e
freqüentemente nos levam a
conduta sexual errada.
Não estou dizendo que o sexo
é mau. Deus o criou e o
abençoou. Deus tornou o sexo
agradável e definiu um lugar
para ele, a fim de proteger
sua beleza e poder — ou
seja, o casamento entre um
homem e uma mulher. Mas o
sexo tornou-se corrompido
pela queda do homem no
pecado. Portanto, temos de
exercer restrição e fazer
guerra contra aquilo que
pode nos destruir. Em
seguida, apresentamos
algumas estratégias para
lutar contra desejos
errados.
Evitar — evite,
tanto quanto for possível e
sensato, imagens e situações
que despertam desejos
impróprios. Eu disse “tanto
quanto possível e sensato”,
porque às vezes a exposição
à tentação é inevitável. E
usei os termos “desejos
impróprios” porque nem todos
os desejos por sexo,
alimento e família são maus.
Sabemos quando tais desejos
são impróprios, prejudiciais
e estão se tornando
escravizantes. Conhecemos
nossas fraquezas e o que
provoca tais desejos. Evitar
é uma estratégia bíblica.
“Foge, outrossim, das
paixões da mocidade. Segue a
justiça” ( 2 Tm 2.22). “Nada
disponhais para a carne no
tocante às suas
concupiscências” (Rm 13.14).
Não
— diga “não” a todo
pensamento lascivo, no
espaço de cinco segundos.1 E
diga-o com a autoridade de
Jesus Cristo. “Em nome de
Jesus: Não!” Você não tem
mais do que cinco segundos.
Se passar mais do que esse
tempo sem opor-se a tal
pensamento, ele se alojará
em sua mente com tanta
força, a ponto de se tornar
quase irremovível. Se tiver
coragem, diga-o em voz alta.
Seja resoluto e hostil. Como
disse John Owen: “Mate o
pecado, se não ele matará
você”.2 Ataque-o
imediatamente, com
severidade. “Resisti ao
diabo, e ele fugirá de vós”
(Tg 4.7).
Voltar — volte
seus pensamentos
forçosamente para Cristo,
como uma satisfação
superior. Dizer “não” será
insuficiente. Você tem de
mover-se da defesa para o
ataque. Combata o fogo com
fogo. Ataque as promessas do
pecado com as promessas de
Cristo. A Bíblia chama a
lascívia de “concupiscências
do engano” (Ef 4.22). Tais
concupiscências mentem.
Prometem mais do que podem
oferecer. A Bíblia as chama
de “paixões que tínheis
anteriormente na vossa
ignorância” (1 Pe 1.14).
Somente os tolos cedem a
elas. “Num instante a segue,
como o boi que vai ao
matadouro” (Pv 7.22). O
engano é vencido pela
verdade. A ignorância é
derrotada pelo conhecimento.
E tem de ser uma verdade
gloriosa e um conhecimento
formoso. Esta é razão por
que escrevi o livro Vendo e
Provando a Cristo (Seeing
and Proving Christ —
Crossway, 2001). Preciso de
breves retratos de Cristo
para me manter despertado,
espiritualmente, para a
sublime grandeza do Senhor
Jesus. Temos de encher nossa
mente com as promessas e os
deleites de Jesus. E
volvermo-nos imediatamente
para tais promessas e
deleites, depois de havermos
dito “não”.
Manter —
mantenha, com firmeza, a
promessa e o deleite de
Cristo em sua mente, até que
expulsem a outra imagem.
“Olhando firmemente para...
Jesus” (Hb 12.2). Muitos
fracassam neste ponto. Eles
desistem logo. Dizem:
“Tentei expulsar a fantasia,
mas não deu certo”. Eu lhes
pergunto: “Por quanto tempo
fizeram isso?” Quanta
rigidez exerceram em sua
mente? Lembre: a mente é um
músculo. Você pode
flexioná-la com violência.
Tome o reino de Deus por
esforço (Mt 11.12). Seja
brutal. Mantenha diante de
seus olhos a promessa de
Cristo. Agarre-a. Agarre-a!
Não a deixe ir embora.
Continue segurando-a. Por
quanto tempo? Quanto for
necessário. Lute! Por amor a
Cristo, lute até vencer! Se
uma porta automática
estivesse para esmagar seu
filho, você a seguraria com
toda a sua força e gritaria
por ajuda. E seguraria
aquela porta... seguraria...
seguraria... Jesus disse que
muito mais está em jogo no
hábito da lascívia (Mt
5.29).
Apreciar —
aprecie uma satisfação
superior. Cultive as
capacidades de obter prazer
em Cristo. Uma das razões
porque a lascívia reina em
tantas pessoas é porque
Cristo não lhes é muito
cativante. Falhamos e somos
enganados porque temos pouco
deleite em Cristo. Não diga:
“Esta conversa espiritual
não é para mim”. Que passos
você tem dado para despertar
sua afeição por Cristo. Você
tem lutado por encontrar
gozo? Não seja fatalista.
Você foi criado para
valorizar a Cristo — de todo
o coração — mais do que
valoriza o sexo, o chocolate
ou o açúcar. Se você tem
pouco desejo por Cristo, os
prazeres rivais triunfarão.
Peça a Deus que lhe dê a
satisfação que você não tem.
“Sacia-nos de manhã com a
tua benignidade, para que
cantemos de júbilo e nos
alegremos todos os nossos
dias” (Sl 90.14). E olhe...
olhe... e continue olhando
para Aquele que é a pessoa
mais magnificente do
universo, até que você o
veja da maneira como Ele
realmente é.
Mover – mova-se
da ociosidade e de outros
comportamentos vulneráveis
para uma atividade útil. A
lascívia cresce rapidamente
no jardim da ociosidade.
Encontre algo útil para
realizar, com todas as suas
forças. “No zelo, não sejais
remissos; sede fervorosos de
espírito, servindo ao
Senhor” (Rm 12.11); “Sede
firmes, inabaláveis e sempre
abundantes na obra do
Senhor, sabendo que, no
Senhor, o vosso trabalho não
é vão” (1 Co 15.58). Seja
abundante em atividades.
Faça alguma coisa: limpe um
quarto, pregue uma tábua,
escreva uma carta, conserte
uma torneira. E faça tudo
por amor a Jesus. Você foi
criado para administrar e
trabalhar. Cristo morreu
para nos tornar zelosos “de
boas obras” (Tt 2.14).
Substitua as concupiscências
e paixões enganosas por boas
obras.
|