Texto Base: Mateus
15.32-39
ESTAMOS DIANTE DE UM
MAGNÍFICO E PODEROSO TRECHO
DAS ESCRITURAS QUE, NÃO
SOMENTE, NOS RELATA O
MILAGRE DA MULTIPLICAÇÃO DE
ALIMENTOS, COMO VEM POR DOIS
MIL ANOS ALIMENTANDO
MULTIDÕES.
Este texto relata um milagre
que não encerrou. Não foram
apenas aquelas pessoas, que
estavam ali diante de Jesus
que se alimentaram, pois
ainda hoje, multidões sem
conta, têm experimentado
este milagre, sendo
alimentadas e fortalecidas
por esta palavra. Naquela
ocasião, muitos foram física
e espiritualmente
alimentados por Jesus, mas
ainda hoje espiritualmente o
Senhor continua alimentando
as multidões.
Estamos face a face com um
texto, que eu comparo a uma
poderosa luneta que quando
colocada diante dos olhos e
fixamente observada, nos
capacita a vislumbrar bem de
pertinho ao nosso alcance,
toda a beleza e vastidão de
um imenso universo criado
por Deus. Nos capacita a
mergulhar na infinidade da
imensidão e, assim, quando
tiramos a luneta dos olhos e
olhamos ao redor, sabemos
que, embora a visão natural
não seja capaz de captar,
nem as mãos capazes de
apalpar ou os pés capazes de
trilhar, há uma real certeza
da existência de uma
realidade que vai bem além
daquela que me cerca.
Assim é o nosso texto. Ele é
uma poderosa luneta
espiritual, que nos faz
descobrir e nos capacita a
vislumbrar e mergulhar numa
dimensão espiritual que
desconhece o limite das
possibilidades e nos leva a
contemplar as riquezas e
infinidades espirituais, as
realidades divinas e
eternas. E assim, quando
voltamos ao nosso cotidiano,
estamos fortalecidos e
revigorados na fé, por
estarmos cientes de que há
algo muito maior do que eu
sou capaz de imaginar, ver e
apalpar. E de uma realidade
que vai além daquela que me
cerca.
Por esta razão eu te
convido, em nome do Senhor
Jesus, a colocar ante aos
seus olhos, esta palavra,
esta poderosa luneta
espiritual, para juntos, por
meio de uma observação
cuidadosa, sermos levados a
vislumbrar, extrair e captar
toda riqueza espiritual aqui
contida. Aguce bem a sua
mente, esforce para estar
bem atento e não perder um
único detalhe. Vamos pedir
ao nosso Deus que abra nossa
mente, capacite nosso
entendimento, abra nossa
visão espiritual e alimente
a nossa alma. Que venhamos
experimentar esse milagre em
nossa alma, pois estamos
diante daquele que pode, e
Ele quer nos abençoar.
Observe como o nosso texto
multiplica-se diante de nós
ampliando as idéias e o
conhecimento espiritual e já
começa a nos alimentar,
quando nos faz vislumbrar:
1.
Um maravilhoso paralelismo.
Que milagre
maravilhoso! Veja como nele
está contido um tremendo
paralelo, o símbolo do maior
milagre que Deus estava para
realizar.
Era um alimento simples, mas
que satisfez ao povo. É um
alimento que todos têm
acesso e podem experimentar
de graça. Ah! Que bela
representação da obra
salvadora de Deus, da
própria missão e pessoa de
Jesus que veio para suprir a
maior necessidade do homem.
Alguém deu o que tinha: o
pão e o peixe. O alimento
foi multiplicado, todos que
estavam diante de Jesus
foram alimentados. Pense no
peixe que morre para
tornar-se um alimento e no
pão, que é um alimento
universal.
Foi assim. Deus deu Seu
filho, Ele é o pão vivo que
desceu do céu, Ele morreria
para dar vida a todos no
mundo, seria suficiente para
todos. Aquela multidão
alimentada foi apenas uma
amostra da multidão do mundo
inteiro, que experimentariam
este milagre. Todos que O
ouvirem e estiverem diante
dEle, têm esse alimento.
Vislumbre ainda:
2.
O Deus da provisão e do
impossível e as
múltiplas e variadas formas
como Ele cuida e supre
todas as necessidades
dos seus servos. E isto, por
sua vez, nos conduz ao
Antigo Testamento onde
podemos relembrar alguns
acontecimentos paralelos que
torna ainda mais grandioso
esse nosso texto. Você
recorda como:
a. Na obra da criação, Deus
não deixou de fora nem um só
detalhe para preparar um
ambiente propício ao homem
que iria criar. Preparou
meios que iriam suprir todas
as suas necessidades tanto
espirituais quanto físicas,
dando árvores frutíferas,
peixes, aves, todos com
capacidade para reprodução
sendo que, ainda hoje, este
é nosso meio natural de
sobrevivência física.
b. Na arca de Noé, ele não
só preservou a espécie
humana e animal, como cuidou
de Noé, de sua família e dos
animais, orientando em cada
detalhe para que eles
pudessem subsistir durante
todo o período que duraria o
dilúvio.
c. Preparou toda a
cinematográfica história de
José, conduzindo-o ao Egito,
avisando em sonhos a Faraó e
usando José para lhe
interpretar os sonhos e
ainda orientar uma ação que
iria garantir o sustento do
mundo nos sete anos de
intensa seca. E tudo isto,
por causa dos seus
escolhidos.
d. Conduzindo Seu povo pelo
deserto, rumo à terra da
promessa deu-lhes o maná
diário e carne. Sem jamais
faltar um só dia. De fome
aquele obstinado povo não
morreu. Foram sustentados
por quarenta anos, até o dia
que puderam usar os meios
naturais de sobrevivência, o
fruto da terra que herdaram.
e. Não deixou faltar farinha
da vasilha nem o azeite da
botija daquela pobre, e já
vencida, mulher e seu filho
que só tinham o bocado da
farinha e do azeite, e já
estavam esperando a morte
chegar, pois perderam a
esperança. Foram sustentados
por Deus, até o dia em que
Ele enviou chuva, e ela
novamente teve condições
naturais de sustentar sua
família (1 Reis 17.9-16).
f. Enviou corvos para levar
comida e alimentar o seu
profeta Elias numa época de
intensa seca, até que a
situação foi restaurada e
houve novamente abundância
de recursos (1 Reis 17.1-7).
g. Agora, nos deparamos com
esta segunda
multiplicação de alimento às
multidões que seguiam a
Jesus. Era a repetição do
milagre da multiplicação.
Não é porventura desafiador
e tentador pensar que, o
Deus que pôde multiplicar
alimentos, bem poderia
realizar este milagre hoje
para sustentar uma multidão
que no mundo está a padecer
de fome? Deixo você livre
para refletir mais a este
respeito.
Palavra de consolo a
você que serve a Deus está
implícito aqui e a
encontramos no Salmo 37.25,
que aquele que serve a Deus
terá sempre suprida todas as
suas necessidades.
Também uma exortação,
pois parece que, sempre que
os milagres não se fazem
necessários, Deus usa os
meios naturais para suprir
as necessidades das pessoas
e Ele nos tem convocado para
esta nobre tarefa. Somos
desafiados a dar alimento
aos povos, espiritual e
físico, esta é nossa
responsabilidade: cuidar do
homem integralmente.
A tarefa espiritual é
prioridade, mas a física não
pode ser esquecida. O Senhor
nos diz: “Dai-lhes vós de
comer”. Esta é nossa
responsabilidade. Devemos
cuidar dos necessitados,
sejam as necessidades
espirituais, físicas ou
emocionais. Veja bem, esta
não é a responsabilidade de
Deus. Aqui, Ele não criou,
nem trouxe o pão à
existência, Ele multiplicou,
a partir do que lhe deram. E
ainda hoje, Ele quer fazer
isto. Ele mesmo nos deixou o
exemplo, sendo:
3.
O que cuida e alimenta
Espírito, Alma e Corpo.
Ele não só deu o maná, mas
também as leis, Ele diz que
não é só de pão que o homem
viverá, mas também de Sua
Palavra, Ele nos ensina a
orar pedindo o pão nosso de
cada dia, mas também a
santificar e adorar o seu
nome. E neste acontecimento,
primeiro Ele fala à alma e
depois alimenta o corpo.
Atente bem para este fato, é
sempre nesta ordem. Busca-se
primeiro o reino de Deus e
as demais coisas são
acrescentadas. Ele sempre
alimenta o espírito para
depois alimentar o corpo,
mas os dois estão sempre na
perspectiva de Deus, nenhum
é esquecido embora haja esta
ordem. Ele é:
4.
O que providencia alimento
para o homem. É
Ele quem dá as colheitas, o
sol, a chuva, as estações, a
fertilidade, o trabalho, a
saúde, o amor ao próximo.
Foi Ele quem enviou Jesus, o
pão espiritual que alimenta
o espírito. Foi Ele que nos
deu a Bíblia, que é nosso
maná diário para alimentação
espiritual. E Ele nos
ordena: “dai-lhes vós de
comer”. Temos e
precisamos apresentar este
alimento às multidões
famintas, sim, esta é:
5.
Nossa responsabilidade.
Jesus, o que faz o milagre,
dá a responsabilidade a seus
discípulos como, líderes
para distribuir esse
alimento ao povo e
preocupar-se por eles e
ambos são alimentados por
Ele.
Jesus o que faz o milagre,
dá a responsabilidade a seus
discípulos de dar o que têm,
para que as multidões
experimentem o milagre e
sejam alimentadas
participando ambos do
milagre. Esta é uma
responsabilidade coletiva e
individual -
responsabilidade da igreja
como um corpo e de cada
membro em particular. Ele
nos faz vislumbrar:
6.
A verdadeira visão, missão e
condição. A visão
de Deus é o olhar de
compaixão e zelo pelas
pessoas. A visão de que em
Deus há possibilidades, o
impossível se torna real.
Enquanto a visão do homem é
o olhar que vê a própria
condição, a falta dos
recursos, dispensa a
multidão e onde tudo parece
impossível.
Quanto à Missão, esta é a de
ensinar e alimentar as
pessoas preparando o local
para que o milagre aconteça.
A sua Condição, não está no
quanto se tem, mas o que se
tem podendo ser usado nas
mãos de Deus. Ele quer tudo
o que você tem, ainda que
pareça ser nada, pois nas
mãos dEle não existe pouco
nem muito e sim o
suficiente. Aquele que do
nada fez o universo, muito
mais pode fazer com alguma
coisa que já exista. Por
fim, nosso texto nos
alimenta, desafiando com:
7.
Algumas lições práticas.
1) Lição de fé, por saber
que nada é impossível para
Deus;
2) Lição de amor e
compaixão, por saber que na
visão e direção de Deus há
amor, zelo e cuidado pelas
vidas humanas;
3) Lição de dever por saber
que as multidões estão
famintas e eu tenho a
responsabilidade de
fornecer-lhes o alimento;
4) Lição de que não é Jesus
quem alimenta, somos nós.
Jesus faz o milagre, os
discípulos repartem;
5) Lição de que os recursos
não podem ser desperdiçados,
os milagres precisam ser bem
aplicados;
6) Lição de que é preciso
ter organização e ordem,
antes que haja o milagre;
7) Lição de que o amor é
incondicional, pois aquela
mesma multidão que agora
estava sendo alimentada,
posteriormente estaria
traindo e matando Jesus e
perseguiriam seus
discípulos, mas, apesar de
saber, Ele amou;
8) Lição de usar o que tenho
nas mãos, seja muito ou
pouco, pois quando é
consagrado a Deus, equivale
a possibilidades;
9) Lição de confiar em Deus,
não nos meus recursos;
10) Lição de que não devo
aceitar conselhos incrédulos
e pessimistas dos que têm
apenas uma visão material e
terrena (João 6.14-15);
11) Lição de agradecer, pois
vejo que Jesus não precisou
orar nem pedir ao Pai,
apenas agradeceu o milagre.
Isto certamente foi
possível, devido à fé e
intensa intimidade com o
Pai. Ele tinha plena
convicção de sua missão na
vontade de Deus e sabia que
Deus atuaria no momento
certo;
12) Lição de que todos são
importantes e que não devo
ver a multidão, nem o número
que elas representam, mas
ver as pessoas, os
discípulos, as vidas;
13) Sou desafiado a não
apenas estar entre a
multidão, mas entre os
discípulos de Jesus - aliás,
você faz parte da multidão
ou dos discípulos?;
14) Aprendo que não é o
dinheiro que pode, é Jesus;
15) Aprendo que não devo me
deixar levar pelo entusiasmo
da multidão, pois esta é
instável. Devo Fixar-me em
Deus e assim não vou me
decepcionar;
16) Aprendo que, certamente
onde Jesus está, as
necessidades da alma e do
corpo serão supridas;
17) Entendo que foi a
misericórdia e compaixão do
Senhor, que levou à
realização desse milagre.
Conclusão: Creia
amado que você poderá ser
alimentado pelo Senhor, não
caia no erro daquele homem
de 2 Reis 7.2. Como nunca,
vivemos no tempo onde eu
creio que a profecia de Amós
8.11 está se cumprindo. Mas
nós temos o privilégio de
saber que Jesus é João 6.35.
Qual sua visão? Qual tem
sido sua missão? Você tem
sido alimentado? Você tem se
alimentado? "Dai-lhe vós
de comer" é uma ordem, e
ela durará, até que
experimentemos o cumprimento
de Apocalipse 7.16.
Que dia grandioso, Ele será
a consumação e a culminância
deste grande e maravilhoso
milagre. Procure estar entre
os que vão experimentá-lo.
Em nome de Jesus. Amém! |