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Coisas que não podemos esquecer

 

Estudo nº 382

 

Texto: Hebreus 13

Introdução: O livro de Hebreus, capítulo 13, traz, pelo menos, 10 mensagens e lições para a vida cristã.
Se fizermos uma análise minuciosa desse capítulo, teremos, sem exagero, um manancial, um tesouro, à nossa disposição contendo preciosas lições para a vida, mas nesse texto, gostaria apenas de apresentar uma reflexão a respeito de seis coisas que os seguidores do cristianismo verdadeiramente cristão não podem esquecer ou ignorar.

1. Hospitalidade – “Não negligencieis a hospitalidade, pois alguns, praticando-a, sem o saber acolheram anjos” (v.2).
O autor de Hebreus assevera que não devemos nos esquecer da hospitalidade. E ele menciona uma razão para fazermos isso: “alguns, praticando-a, sem o saber acolheram anjos” (ARA). Pense no que significa ser hospitaleiro. Tratar bem aos amigos é fácil. E, quando temos de ser hospitaleiros com quem não conhecemos ou com os inimigos? Sofremos, ao fazer isso. No entanto, Deus muitas vezes usa esse tipo de circunstância para nos abençoar. Não foi isso que aconteceu com a viúva que ajudou Elias? E o que dizer de Zaqueu? Já imaginou se ele dissesse a Jesus: “Na minha casa, não! Minha mulher não vai gostar de receber uma visita inesperada!”.

2. Presos – “Lembrai-vos dos encarcerados, como se presos com eles” (v.3a).
Sejamos sinceros: Qual cristão, incluindo eu e você, costuma se lembrar dos presos, dos encarcerados? Aliás, quando eu me lembro de alguns presos “famosos” (na verdade, afamados), não lhes desejo, no meu íntimo, boas coisas. Mas o texto bíblico de Hebreus 13 diz: “Lembrai-vos dos encarcerados, como se presos com eles” (ARA). Meu Deus, que difícil recomendação da sua Palavra! Como eu preciso melhorar!

3. Maltratados – “... dos que sofrem maus tratos, como se, com efeito, vós mesmos em pessoa fôsseis os maltratados” (v.3b).
A versão de Revista e Corrigida de Almeida (ARC) diz “Lembrai-vos dos... maltratados”, e a Revista e Atualizada (ARA): “Lembrai-vos... dos que sofrem maus tratos”. E acrescenta: “como se, com efeito, vós mesmos em pessoa fôsseis os maltratados”. Gostamos de lembrar apenas de coisas boas, que nos trazem satisfação. Ninguém gosta de lembrar, por exemplo, de um morador de rua, maltratado pela vida ou pelas más escolhas que fez. Os espíritas dizem: “Ele está sofrendo, mas é o seu karma”. E alguns evangélicos, conquanto iluminados pelo Espírito, se dão ao luxo de afirmar, sem nenhuma compaixão: “Deus sabe por que esse homem está sofrendo; trata-se de um miserável pecador, um vaso da ira”. Ah, como o nosso cristianismo seria realmente cristão se aprendêssemos a ser “bons samaritanos”!

4. Pastores – “Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos pregaram a palavra de Deus; e, considerando atentamente o fim da sua vida, imitai a fé que tiveram” (v.7).
Nunca os pastores foram tão desrespeitados. Hoje, ser pastor não significa muita coisa. É claro que há falsos obreiros, aos quais convém mesmo “tapar a boca” ou refutar segundo a Bíblia (Tt 1.10,11). Mas não são muitos os cristãos que atentam para a seguinte recomendação: “Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver” (ARC). Esse respeito aos pastores (“guias”, ARA) não é por causa do título que eles possuem, e sim porque foram chamados e ungidos pelo Senhor. E quem se levanta contra eles — no caso dos verdadeiros, é claro — está se levantando contra quem?

5. Beneficência – “Não negligencieis, igualmente, a prática do bem e a mútua cooperação; pois, com tais sacrifícios, Deus se compraz” (v.16).
O texto diz: “E não vos esqueçais da beneficência” (ARC). Beneficência é o amor em ação; é a prática do bem. Afinal, o amor só é amor quando em ação. Se alguém diz “Eu amo a Palavra”, mas nunca medita nela, que tipo de amor é esse? Por isso, o salmista, ao falar do seu amor para com a Lei do Senhor, afirmou que ela era a sua meditação em todo o dia (Sl 119.97). E o que dizer do amor a Deus e ao próximo? E o que dizer do amor aos inimigos? A Bíblia não diz que devemos fazer bem a todos? Essa última pergunta é retórica; traz em si mesma a resposta de que devemos amar e fazer o bem (amor em ação) até aos nossos inimigos (Rm 12.20). Estamos dispostos a isso? Ou queremos vê-los arrasados, prostrados, enquanto cantamos: “Tem sabor de mel, tem sabor de mel, a minha vitória hoje tem sabor de mel”.

6. Comunicação - “Não negligencieis igualmente... a mútua cooperação” (v.16).
“Não negligencieis igualmente... a mútua cooperação” (ARA), diz o autor de Hebreus. E acrescenta que Deus se compraz com esse tipo de sacrifício. Ser um cooperador, um ajudador, alguém que comunica alguma coisa a alguém, seja um dom espiritual, seja uma ajuda material, significa se sacrificar pelo próximo! Mas, quem hoje está disposto a sofrer, a se sacrificar, por alguém que não seja um parente, como filhos, netos, esposa, pais? Enfim, correr atrás de trio elétrico dizendo que está evangelizando os foliões é fácil.

Conclusão: Escrever belos textos, pelos quais expomos o nosso pensamento e refutamos isso e aquilo, também não é tão difícil. Mas, e viver o cristianismo verdadeiro, o cristianismo realmente cristão, que não se esquece da hospitalidade, dos encarcerados, dos maltratados, dos pastores, da beneficência e da mútua cooperação?

Lamento, mas o cristianismo realmente cristão é para quem deseja ter a Bíblia como a sua regra de fé, de prática e de vida. E é isso que eu desejo, embora reconheça, humildemente, que ainda não o tenha alcançado plenamente.

 

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ARA – Tradução Revista e Atualizada
ARC – Tradução Revista e corrigida

Ciro Sanches Zibordi

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