Muitas vezes a pessoa fica
magoada e amargurada com
alguém, e até com a vida, e
não sabe.
Isso porque, muitas vezes,
nos sentimos com a obrigação
de negarmos para nós mesmos
tal realidade em nossa na
alma. Sim. Especialmente as
pessoas mais bondosas, e que
foram abusadas, se ficam
magoadas ou amarguradas,
tendem a negar tal
sentimento, ainda que ele,
pelo peso das opressões
sofridas pela pessoa que
sofre essa dor, seja
totalmente explicável.
Já os que apenas dizem: “Eu
estou magoado sim!” — em
geral sofrem menos, e têm
mais chance de cura; pois,
tudo o que se manifesta é
luz.
Há grande poder de cura no
discernimento e na
confissão!
Entretanto, os que guardam
sob o manto da piedade o
fato de estarem amargurados
e magoados, em geral, vão
adoecendo de amargura pelo
silencio de tais admissões e
confissões.
Você sabe que tem amargura e
mágoa no coração quando ouve
o nome de certa pessoa e
perde o senso de proporção
na sua reação em relação à
questão a tal pessoa
vinculada. Ou, então, tem
amargura e mágoa no coração
quando fica sabendo acerca
de alguma coisa que um dia,
de outro modo, já magoou a
você, e, por conta disso,
perde totalmente o foco do
hoje na questão, e responde
a ela baseado na sua
acumulação de dores
relacionadas à coisa em
questão.
Casais podem saber se estão
magoados e amargurados um
com o outro quando iniciam
uma conversa sobre certo
tema, e, aquilo vai
crescendo sempre baseado no
fato de que a pessoa magoada
evoca coisas de ontem ou de
muitos ontens atrás, a fim
de tratar a coisa de agora.
Então, tudo vira conversa de
derrame de lixo guardado!
A mágoa é uma
hipersensibilidade emocional
relacionada a um tema ou
pessoa que um dia nos
machucou. É como uma roncha
roxa na alma. É uma
machucadura emocional, e que
deixa o lugar-tópico
super-doído. Tocou, dói.
A amargura, por conseguinte,
ainda que seja quase a mesma
coisa, é mais profunda,
posto que é mais dinâmica. A
mágoa é passiva. Mas a
amargura é ativa, e cresce
por si mesma, e deita
raízes, e se expande, sempre
agregando novos elementos de
justificativa da amargura a
ela própria.
A mágoa é fruto de trauma.
Já amargura é filha do
trauma que se tornou um
filete de raiva ou até mesmo
de ódio.
Nem todo aquele que magoa
alguém será visto como
inimigo de tal pessoa. Mas
aquele que amargura alguém,
esse com certeza será
tratado como um inimigo; e
receberá todos os ataques da
milícia emocional do
amargurado; o qual viverá
dedicando muito de sua
energia à vingança, ou, no
mínimo, à vitória sobre o
outro.
A amargura é venenosa e
cresce como um câncer.
Ela cresce se não for
combatida de frente. E não
cessará de crescer até que
destrua o outro e com ele
não destrua a si mesma. A
amargura não convertida em
arrependimento pela Graça,
não cessa nem quando destrói
o objeto da dela, posto que
ela se torna um estado na
alma do amargurado.
O escritor de Hebreus nos
diz que uma raiz de amargura
pode contaminar todos os
vínculos à nossa volta.
A amargura de um pode se
tornar um espírito em
muitos.
Ande com o amargurado sem
percebê-lo como tal, e você
se tornará sutilmente como
ele.
Por esta razão, quando um
casal fica amargurado um com
o outro, dificilmente haverá
cura, a menos que surja uma
grande e profunda
consciência do Evangelho
entre eles.
Como diz o provérbio
bíblico, tem-se que parar
com tal processo antes que
ele se torne numa rixa.
Pois, quando vira rixa, o
sentimento contencioso,
fruto da amargura, não
cessará até que algum se
arrebente.
A amargura é um sentimento
psicologicamente suicida, em
relação a quem o vive; e é
homicida, em relação a quem
se pratica o sentimento como
arma e vingança.
Assim, observe os sintomas.
E mais...
Fique livre disso enquanto
você está a caminho com a
pessoa...— conforme Jesus
ensinou (Mt 5). Pois,
depois, você pode ficar
preso no cárcere espiritual
que a amargura cria para o
amargurado.
Tudo isso é apenas para que
façamos hoje o exercício de
verificação do estado do
nosso próprio coração, a fim
de que possamos viver em
paz, e sem adubarmos um
câncer em nossas próprias
almas.
Nele, que é a Verdade,
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