Texto:
“Senhor, até quantas vezes
meu irmão pecará contra mim,
que eu lhe perdoe? Até sete
vezes? Respondeu-lhe
Jesus:Não te digo que até
sete vezes, mas até setenta
vezes sete”.(Mateus
18.21-35)
Se você está fazendo as
contas para saber quantas
vezes deve perdoar alguém, é
melhor parar. Pedro estava
sendo muito generoso ao
sugerir que estaria disposto
a perdoar alguém até sete
vezes. Contudo, Pedro
entende o perdão a partir da
perspectiva da lei. Pedro
está pedindo uma lei a
Jesus: “Senhor, estabeleça
um critério para o perdão”.
Jesus então conta a parábola
do “credor incompassível”
para explicar a Pedro como o
perdão pode ser entendido a
partir da perspectiva da
graça. (Mateus 18. 23-35).
Em nossa vida sempre seremos
atingidos, magoados e
decepcionados.
A questão, portanto, não é
como passar pela vida e não
sermos vítimas do ódio, mas
se vamos retê-lo ou liberar
o perdão.
A parábola que Jesus nos
conta traz lições práticas
para entendermos o perdão.
1)
QUEM NÃO COMPREENDE O PERDÃO
QUE DEUS CONCEDE, NUNCA
APRENDERÁ A PERDOAR.
A parábola nos conta sobre
um homem que fora perdoado
de uma dívida impagável, mas
não conseguiu perdoar uma
dívida insignificante.
Quando lemos o texto, somos
tomados de um sentimento de
insatisfação em relação à
atitude deste
“CREDOR
INCOMPASSÍVEL”.
"Como alguém que sendo
perdoado de uma dívida de 2
milhões de dólares pode ser
tão mesquinho e mandar para
cadeia alguém que lhe deve
tão somente 100 reais?".
Ao lermos a parábola
percebemos que este homem
foi perdoado, mas ele não
entendeu o perdão. No
momento que ele chega diante
do rei não pede
misericórdia, e, sim,
justiça. Ele diz:
“TENHA
PACIÊNCIA COMIGO E TE
PAGAREI TUDO”.
Quem acha que seus méritos
podem comprar o perdão de
Deus sempre exigirá que
outros comprem também o seu
perdão. Não há lugar para
misericórdia quando não nos
reconhecemos incapazes de
saldar a dívida. Quem não
compreende que o perdão de
Deus é fruto de sua
misericórdia, e não pela
retidão dos meus atos, nunca
irá perdoar aos outros de
forma genuína.
2)
O QUE DE GRAÇA RECEBEMOS, DE
GRAÇA DEVEMOS DAR!
A chave para o verdadeiro
perdão é deixar de focalizar
o que outros nos fizeram, e
começar então a olhar para
aquilo que Deus fez e faz
por nós.
Diante da atitude do “credor
incompassível” em não
perdoar a pequena divida de
seu conservo, o rei, que o
havia perdoado da dívida
impagável, disse: “Servo
malvado, perdoei-te aquela
dívida toda porque me
suplicaste; não devias tu,
igualmente, compadecer-te do
teu conservo, como também eu
me compadeci de ti?” (Mt.
18.32-33).
O perdão que gratuitamente
recebemos de Deus,
gratuitamente somos
desafiados a liberar aos
outros.
Somos vítimas de amigos que
quebram suas promessas, de
patrões que não mantêm suas
decisões, somos enganados
pelas palavras doces, mas
que escondem o veneno amargo
do egoísmo, somos
rejeitados, maltratados...
Antes, contudo, de irmos à
desforra precisamos ser
honestos e reconhecer que
também falhamos com as
outras pessoas; e não
somente isto: falhamos com
Deus! E como o Senhor nos
trata? “Se confessarmos
nossos pecados, Ele é fiel e
justo para nos perdoar os
pecados e nos purificar de
toda injustiça”. (1João 1.9)
3) Quem não libera o perdão
torna-se vítima do próprio
ódio
A parábola termina com o
veredicto do rei em relação
à atitude do “credor
incompassível”: “E,
indignando-se, o seu senhor
o entregou aos torturadores,
até que lhe pagasse toda a
dívida”.
A maior tortura que aquele
que não libera perdão pode
sofrer é tornar-se vítima do
próprio ódio. Aquele que
retém o ódio ao invés de
liberar perdão acaba se
tornando prisioneiro da
raiva, da culpa, da vingança
e melancolia.
“SENHOR,
ATÉ QUANTAS VEZES MEU IRMÃO
PECARÁ CONTRA MIM, QUE EU
LHE PERDOE?”.
“DEPENDE, PEDRO! SE VOCÊ
QUISER USAR A LEI, PELA LEI
VOCÊ TAMBÉM SERÁ JULGADO.
MAS SE VOCÊ USAR DA GRAÇA
QUE DEUS LHE CONCEDE, PELA
GRAÇA É QUE SERÁ JULGADO. A
DECISÃO DE PERDOAR É SUA,
PEDRO. VOCÊ PODE RETER O
ÓDIO, ESPERANDO JUSTIÇA, OU
LIBERAR GRATUITAMENTE O
PERDÃO, POR ENTENDER QUE FOI
PELA GRAÇA QUE VOCÊ FOI
PERDOADO PELO PAI. MAS SE
LEMBRE PEDRO: COMO VOCÊ LIDA
COM OS OUTROS, RETENDO O
ÓDIO OU LIBERANDO PERDÃO, É
QUE VAI MANIFESTAR COMO VOCÊ
COMPREENDE SUA RELAÇÃO COM
DEUS E COMO VOCÊ ESPERA QUE
DEUS TRATE SUAS PRÓPRIAS
FALHAS”.
Que Deus nos abençoe e nos
ensine a liberar o perdão
que gratuitamente recebemos
de Deus!
|