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NÚCLEO DE APOIO CRISTÃO

 

E.B.D.

Genesis

 
 

Uma visão geral
Deus forma um povo de adoradores

Texto bíblico: Gn 1-50

Texto básico: Gn 1-4; 6-9;11
 

Texto áureo: “Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei”. (Gn 12.1)

Gênesis é o livro da Bíblia que trata das origens, Os capítulos 1 e 2 tratam da origem do universo e da vida. O capítulo 3 trata da origem do pecado. Os capítulos 4 a 11 mostram, em linhas gerais, o desenvolvimento da raça humana. A partir do capítulo 12, o foco é fechado sobre Abraão e sua descendência, povo que ficará conhecido, inicialmente, como os hebreus, depois como os filhos de Israel e, mais tarde, povo de Israel. Depois do exílio babilônico, passa a ser identificado como judeus. Nos tempos modernos, o Estado é conhecido como Israel, e seu povo conserva a identificação como judeus.
O nome Gênesis, dado a esse primeiro livro da Bíblia, identifica bem seu conteúdo e guarda estreita ligação com o nome dado ao livro no texto hebraico: bereshith – no princípio. Esta expressão é a primeira palavra do texto hebraico. O conteúdo do livro pode ser resumido em uma frase, como o faz geisler: “a eleição da nação”. Gênesis nos mostra como Deus formou o homem e como elegeu particularmente uma nação para, dela, edificar uma nação de adoradores.

O RELATO DA CRIAÇÃO

(Gn 1,2)

Mais importante que o fato de a Bíblia tratar de temas como Deus, criação, mundo invisível, pecado e tantos outros, é o fato de como ela os trata. “A Bíblia revela, não sugere; ela declara, não investiga; toda a surpresa fica por conta do leitor, não do autor”. Embora a narrativa de Gênesis não possua linguagem científica, “deixa transparecer algo que algumas teses científicas defendem. Houve um certo processo científico ou natural no modo de Deus criar”. Uma leitura atenta deste texto de Gênesis nos permite uma conclusão: para o autor, havia uma firme convicção a respeito de como o Universo veio a existir: Deus. Cerca de 40 vezes, em um total de 56 versículos, o nome de Deus é mencionado. Para o autor, a causa primeira da existência, da ordenação e da sustentação de todo o universo é Deus. Acrescente-se a isso o fato de o autor insistir em que tudo o que Deus criou foi feito pela palavra. Cada uma das sessões declarando o ato criador foi marcada pelo autor com a expressão: “e disse Deus...” (v.3,6,911,14,20,24,26).
Há poder na Palavra revelada de Deus (Sl 33.6; Hb 11.3; 1Pe 3.5). A Palavra dá vida. A Palavra sustenta. A Palavra guarda. A Palavra santifica (Sl 119.144; Mt 4.4; Sl 119.50; Jô 17.17).

O RELATO DA CRISE

(Gn 3.4)

A narrativa da primeira crise experimentada pela humanidade tem produzido um sem-número de páginas e opiniões as mais diversas. Ela aponta para um marco inicial do desandar do caminho do homem, momento quando este decide voltar as costas para a bênção e iniciar sua jornada peregrina, pelos desertos, de uma vida de rebeldia e obstinação contra a vontade de seu Criador. O desejo físico, a curiosidade intelectual e a reivindicação de direitos, quando desvinculada de uma vida de dependência do Espírito Santo, serão sempre portas abertas para o caos. Assim, o homem, criado para ser adorador, para o louvor da glória de Deus, passa a agir em dissonância com os propósitos do Pai, trata de esconder-se dos olhos do Onisciente e transtorna, ao mesmo tempo, sua harmonia com o próximo e com a criação.
A falência do homem é, então, decretada com a sentença:...”tu és pó, e ao pó tornarás” (Gn 3.19). A sentença, curta e objetiva, selava o futuro da humanidade (Rm 5.12), e a barreira colocada no caminho que conduz à vida era a instrumentação e cumprimento da pena (Gn 3.24). A pena imposta não seria, jamais, revogada. Desde então, incompleto em si mesmo, o homem tem desenvolvido diferentes formas e ritos com a intenção de aplacar a ira de Deus (e dos deuses, entre os pagãos). O adorador, em rebeldia, pretende ser aceito em adoração segundo os critérios por ele próprio constituídos. Como para prová-lo, Deus concede, por meio de Moisés, a Lei, com, a promessa de que a cumprindo, o homem viverá (Lv 18.5). Mais tarde, o apóstolo Paulo, pelo Espírito Santo, concluirá: “...o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo...” (Jô 14.6; Gl 2.16; Rm 3.28).

O RELATO DE UM DILEMA

(Gn 6-9)

Os nossos dicionários informam que a expressão dilema indica uma situação de impasse ante a necessidade de decidir entre duas possibilidades, ambas desagradáveis, todavia, nós a atualizamos aqui, pó não encontrarmos outra que melhor descreva a circunstância relatada no texto. Caim introduz a violência na experiência humana, e esta violência nem todo o desenvolvimento humano a que chegamos tem podido vencer. A vida do homem, do lado de fora do paraíso, tem sido de progressivo comprometimento com tudo o que desagrada a Deus.
O Criador, em sua soberania, desejou fazer “desaparecer da face da terra o homem...” (6.7). Mas “Noé achou graça diante do Senhor”, porque “era homem justo e íntegro entre os seus contemporâneos “ (6.8,9). A palavra graça (jen, no hebraico) indica algo que “se manifesta por misericórdia”, o que equivale dizer que Noé não foi socorrido por merecimento de sua justiça pessoal, senão que Deus teve misericórdia dele ao ver sua integridade em meio à podridão moral e espiritual de seu tempo.

O RELATO DE UM NOVO COMEÇO

(Gn 11-50)

Gênesis 11 vem com o propósito de explicar a origem das diferentes famílias e sua distribuição pela face da terra. Aponta, ainda, para o esforço do homem de “tornar célebre o nosso nome, para que não sejamos espalhados por toda a terra”. Contrariando assim a vontade de Deus (11.4; 1.28). Comentando essa passagem, Parker diz que “nós, também, fazemos exatamente como os homens daquele tempo; seguimos o deus Ambição, que nunca descansa, nunca dorme, nunca se detém, nunca tira umas férias, senão que está sempre agitando-nos com seus mais insaciáveis desejos”. Deus frustra, então, o intento do coração dos homens, e os dispersa “por toda a superfície da terra” (11.9). O restante do capítulo se ocupa da genealogia de Abraão, personagem com o qual tem início uma nova etapa das narrativas bíblicas.
Há como que uma divisão natural do texto de Gênesis neste ponto. Muda o foco e o ritmo da narrativa. Agora o autor, sem pressa, conta detalhes. Desde a chamada de Abrão, sua peregrinação, os lugares de acampamento para descanso e adoração, as crises familiares, as batalhas, os momentos de crise espiritual, quando parecia difícil crer na promessa, nenhum dado parece escapar ao autor. Dessa forma, o autor nos conduz ao tempo quando, cumprindo sua promessa (15.13), Deus introduz a descendência de Abraão no Egito, deixando o caminho preparado para os grandes eventos do Êxodo.

APLICAÇÕES PARA A VIDA

1. Os capítulos 1 e 2 de Gênesis ensinam que o Espírito de Deus, pairando sobre o caos do universo, pôde ordenar todas as coisas e tornar o mundo um lugar habitável. Também no “caos” nosso de cada dia, devemos permitir que o Espírito de Deus tenha liberdade para agir e estabelecer nela a vontade de Deus. O nosso Deus “não é de confusão, e sim de paz” (1Co 14.33).
 

2. Em nossos tempos de “pós-modernidade”, as tragédias mais terríveis são fruto desse espírito de rebeldia e obstinação, de um avanço científico e tecnológico apartado da vontade de Deus e dirigido segundo o orgulho e a ambição do homem, pois “o pecado deturpa o funcionamento da consciência, da vontade e do raciocínio”. Como Noé, façamos a vontade de Deus, certos de que ele terá misericórdia de nós.
 

3. Interesse observar, na narrativa das peregrinações da Abraão e sua descendência, como adoração e descanso parecem estar sempre em harmonia, como a sugerir que a melhor forma de descanso é aquela que nos conduz à adoração e que a melhor adoração é poder repousar, tranqüilo, na comunhão com o Pai. “O altar e a tenda, juntos, resumem a vida cristã”.

 
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