O livro de Atos é um
registro da história da
igreja apostólica, desde seu
nascimento em Jerusalém até
sua chegada a Roma, a
capital do império. Nessa
trajetória muitas lutas
foram travadas, muitas
perseguições foram
enfrentadas, mas, também,
muitas vitórias foram
celebradas. No capítulo 11
de Atos, nos versículos 1 a
26, Lucas relata o
testemunho de Pedro aos
irmãos da igreja de
Jerusalém, como Deus abrira
a porta do evangelho aos
gentios. Segundo Warren
Wiersbe, ilustre
comentarista bíblico, esse
relato nos enseja algumas
preciosas lições.
1.
Algumas pessoas fazem as
coisas acontecer (At
11.4-17) - Pedro,
mesmo relutante em atender à
ordem de Deus, dispôs-se a
levar o evangelho aos
gentios. A parede da
inimizade que separava os
judeus dos gentios havia
sido quebrada pela morte de
Cristo (Ef 2.11-19). Essa
notícia foi estonteante para
os judeus tradicionais, uma
vez que eles imaginavam que
os gentios precisavam
primeiro se tornar judeus
para depois serem cristãos.
Pedro, obedecendo ao
desiderato divino, foi à
casa do gentio Cornélio e
pregou a ele e a toda a sua
família o evangelho e eles
creram e foram salvos. Damos
graças a Deus porque Pedro
não resistiu ao propósito de
Deus e se tornou instrumento
nas mãos do Eterno para as
coisas acontecerem.
2.
Algumas pessoas escutam que
as coisas acontecem (At
11.1) - Chegou ao
conhecimento dos apóstolos e
dos irmãos que estavam na
Judéia que também os gentios
haviam recebido a palavra de
Deus (At 11.1). Argüiram a
Pedro sobre seu procedimento
e exigiram explicações pelo
fato de ele ter entrado na
casa de gentios
incircuncisos e até ter
comido com eles. Essas
pessoas dão mais valor à
tradição religiosa do que às
pessoas. Valorizam mais os
rituais do que o amor. Elas
imaginam que Deus não pode
amar aqueles a quem elas
rejeitam. Elas não são
agentes para fazer a obra de
Deus; apenas escutam com
censura o que está
acontecendo.
3.
Algumas pessoas se opõem às
coisas que acontecem
(At 11.2,3) - Os
membros legalistas da
assembléia de Jerusalém
atacaram Pedro por este ter
entrado na casa do gentio
Cornélio e tomado uma
refeição em sua casa. Diante
da argüição dos opositores,
Pedro explicou que sua
atitude foi em plena
submissão à orientação do
Espírito Santo (At 11.12) e
desobedecer a esse mandato
seria o mesmo que resistir
ao próprio Deus (At
11.15-17). Por um momento
essas pessoas se apaziguaram
(At 11.18). Mais tarde
alguns indivíduos, da seita
dos fariseus, que desceram
da Judéia para Antioquia
teimavam em ensinar que os
gentios precisam primeiro se
tornar judeus para depois se
tornarem cristãos (At
15.1-5). Para esclarecer
esse ponto vital para o
Cristianismo, foi
necessário, que os apóstolos
e os presbíteros se
reunissem em Jerusalém num
concílio geral a fim de
silenciar aqueles que
tentavam limitar a liberdade
do evangelho.
4.
Algumas pessoas ajudam
outras pessoas a fazerem as
coisas acontecer (At
11.19-26) - Quando
a igreja de Jerusalém ouviu
acerca do crescimento da
igreja em Antioquia da Síria
enviou para lá Barnabé, um
homem bom, cheio do Espírito
Santo e de fé. Este,
imediatamente lembrou-se de
Saulo que estava em Tarso e
o convocou para juntar-se a
ele na obra. Barnabé, o
filho da consolação, fez do
seu ministério uma
plataforma de investimento
na vida de outras pessoas,
para que elas pudessem ser
usadas também nas mãos de
Deus. Longe de ser obstáculo
para os que queriam fazer a
obra como os fariseus
legalistas, Barnabé era um
facilitador, um cooperador e
um encorajador daqueles que
estavam engajados na obra.
Precisamos perguntar a
nós mesmos, quem somos
dentro da igreja:
Pessoas que fazem as coisas
acontecer? Pessoas que
apenas escutam que as coisas
estão acontecendo? Pessoas
que se opõem ao que está
acontecendo ou pessoas que
ajudam outras pessoas a
fazerem as coisas acontecer?
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